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Maconha medicinal se torna uma das prioridades do novo governo tailandês

22/07/2019 08h50

Bangcoc, 22 jul (EFE).- O fomento da produção de cannabis para fins medicinais é um dos principais pontos do programa do novo governo da Tailândia, que procura impulsionar o amplo setor agrícola e transformar o país em pioneiro da indústria da maconha na Ásia.

O desenvolvimento dessa indústria está em uma das 12 "políticas urgentes" do governo, liderado pelo general golpista Prayut Chan-ocha, e que foram publicadas na noite desse domingo, dias antes de sua apresentação diante do parlamento em 25 de julho.

A política inclui "o fomento da pesquisa e o desenvolvimento da tecnologia para o uso da maconha, do cânhamo e das plantas medicinais na indústria de saúde e outros produtos, afim de criar oportunidades econômicas e gerar renda para a população", diz o programa.

Em 16 de julho, mais de três meses depois das eleições de 24 de março, tomaram posse os membros do novo governo tailandês, composto por antigos membros da Junta Militar liderada por Prayut que tinha governado o país desde o golpe de Estado de 2014 e de alguns dos 19 partidos que formam a coalizão governamental.

Entre eles está o Bhumjaithai, o terceiro partido com mais cadeiras da coalizão e que fez da legalização da maconha medicinal o elemento central do seu programa eleitoral.

O candidato a primeiro-ministro desta legenda nos pleitos de março, Anutin Charnvirakul, ocupa o cargo de ministro de Saúde Pública, além de ser um dos cinco vice-primeiros-ministros do novo governo.

O governo da junta militar aprovou em 25 de dezembro uma lei que autorizava o uso médico e para pesquisas da maconha, transformando a Tailândia no segundo país do continente asiático após Israel a legalizar o uso terapêutico da substância, mas tal lei ainda não tinha sido implementada totalmente.

Segundo a Thai Cannabis Corporation (TCC), organização que colabora há nove anos em um projeto vinculado à casa real da Tailândia para o cultivo experimental de cânhamo em zonas rurais, a exportação de cannabis tailandesa nos próximos dez anos poderia representar 1% do PIB nacional, ou seja, cerca US$ 4 bilhões anuais. EFE