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Sánchez apresenta programa de governo modernizador sem falar sobre coalizão

22/07/2019 10h23

Madri, 22 jul (EFE).- O líder socialista espanhol, Pedro Sánchez, apresentou nesta segunda-feira ao Congresso um programa modernizador para lançar uma "segunda transformação" do país, mas sem mencionar o governo de coalizão que está negociando com a coligação esquerdista Unidos Podemos.

Em seu discurso para solicitar a confiança do Congresso como presidente de governo, Sánchez ressaltou em várias ocasiões a "urgência" de iniciar reformas econômicas, tecnológicas, ambientais, educativas e sociais para inserir a Espanha na transformação digital global e reduzir as desigualdades sociais.

Diante de uma câmara na qual por enquanto não tem garantida uma maioria, Sánchez pediu responsabilidade e "generosidade" de todos os partidos para conseguir que "a Espanha tenha governo e não fique em bloqueio".

Desde as eleições de 28 de abril, a Espanha tem um governo interino devido à falta de acordos até agora para conseguir uma maioria parlamentar.

Em quase duas horas de discurso, Pedro Sánchez não deu detalhes sobre a situação das negociações entre o Partido Socialista (PSOE, 123 deputados entre 350 cadeiras) com a Unidos Podemos (42 legisladores) para formar o primeiro governo de coalizão da história recente espanhola.

Fontes de ambos os partidos afirmaram à Agência Efe que ainda não há um acordo, com a primeira votação sobre Sánchez prevista para esta terça-feira.

Chefe do Executivo interino, o líder socialista formulou um plano de governo ao qual definiu como progressista, feminista e ecologista: "um programa para voltar a modernizar e a transformar a Espanha".

Em questões sociais, Sánchez propôs aumentar o salário mínimo; modernizar a legislação trabalhista para levar em conta o impacto da tecnologia no trabalho; e garantir o sistema previdenciário e o emprego digno.

"Uma economia não pode basear sua competitividade em abusos trabalhistas", afirmou.

Sánchez propôs colocar a Espanha "liderando" na Europa a revolução digital, "limitando o poder" dos grandes monopólios tecnológicos e à frente da "luta contra a mudança climática", com o objetivo de tornar o país neutro nas suas emissões de carbono até 2050.

Além disso, o líder socialista abordou a "igualdade real e efetiva entre homens e mulheres", ressaltando que a Espanha é uma "referência mundial do feminismo".

Também propôs legalizar a eutanásia e impulsionar medidas de reparação às vítimas da guerra civil espanhola (1936-1939) e da ditadura franquista (1939-1975).

Na política externa, defendeu o compromisso da Espanha com a unidade da Europa e o projeto de uma União Europeia "capaz de competir com outras potências", e afirmou que a relação com a China é "um dos dilemas estratégicos mais importantes do nosso tempo".

Sánchez não se referiu diretamente ao separatismo da Catalunha, mas advertiu que os independentistas de qualquer região estão contra a história e o processo de integração europeia, que procura derrubar as fronteiras e não criar outras novas. EFE