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Trump elogia atuação "responsável" de Xi diante de protestos em Hong Kong

22/07/2019 16h35

Washington, 22 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ressaltou nesta segunda-feira que o chefe de Estado da China, Xi Jinping, "agiu de forma responsável" diante das grandes manifestações em Hong Kong contra uma controversa proposta de lei de extradição que facilitaria o acesso de Pequim a "fugitivos" refugiados na ex-colônia britânica.

"Acredito que o presidente Xi da China agiu de forma responsável, bastante responsável. Estiveram protestando por muito tempo", disse Trump em declarações aos jornalistas na Casa Branca ao receber o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan.

"Sei que é uma situação muito importante para o presidente Xi (...) A China poderia parar os manifestantes se quisesse", acrescentou Trump, que adotou um tom cauteloso em relação aos protestos nas ruas de Hong Kong.

Dezenas de milhares de pessoas saíram de novo às ruas de Hong Kong neste domingo para exigir reformas.

As manifestações, que começaram há sete semanas, passaram das queixas contra a lei de extradição para focar em reivindicações mais amplas sobre melhorias nos mecanismos democráticos do território, cuja soberania a China recuperou em 1997, com o compromisso de manter as estruturas deixadas ali pelos britânicos até 2047.

Para seus críticos, trata-se de uma lei que intimidará e penalizará opositores e dissidentes do regime chinês, enquanto seus defensores asseguram que ela busca preencher um vazio legal, já que não existem fórmulas legais de extradição entre Taiwan, Hong Kong e a China continental.

No entanto, vários analistas coincidem em assinalar que a China está tentando acelerar o processo de assimilação da ex-colônia britânica, algo que grande parte da população de Hong Kong se opõe firmemente.

Estados Unidos e China estão envolvidos em uma guerra comercial há meses devido às medidas protecionistas promovidas por Trump desde que chegou ao poder.

No final de junho, Trump e Xi estabeleceram na reunião do G20 no Japão uma nova trégua à guerra comercial, pela qual Washington freou a imposição de novas tarifas sobre a China e aceitou permitir que as empresas americanas vendam produtos à companhia tecnológica Huawei.

Os EUA, no entanto, manterão em vigor suas tarifas sobre US$ 250 bilhões em produtos chineses, enquanto a China conserva seus encargos sobre US$ 110 bilhões em bens americanos. EFE