Aids só acabará após o fim da estigmatização, afirma ONU
Nações Unidas, 23 jul (EFE).- A diretora do Programa das Nações Unidas para HIV/Aids (UNAIDS), Gunilla Carlsson, alertou nesta terça-feira que não será possível acabar com a aids enquanto existirem a estigmatização e a discriminação associadas a essa doença.
"Não podemos acabar com a aids se não acabarmos com a estigmatização e a discriminação associadas ao HIV", disse Carlsson em entrevista coletiva na sede da ONU, em Nova York.
A política sueca ressaltou que o relatório apresentado pela UNAIDS neste mês mostra que "é improvável que se alcancem objetivos globais fundamentais sobre a aids até 2020, inclusive nos países e regiões onde estão sendo alcançados avanços".
Segundo este relatório, divulgado em 16 de julho, cerca de 1,7 milhão de pessoas contraíram o vírus da imunodeficiência humana em 2018 (16% a menos que em 2010) e aproximadamente 770 mil morreram por doenças relacionadas à aids.
Carlsson analisou que, para alcançar o objetivo de apenas 500 mil contágios ao ano, "nos próximos 18 meses deveríamos reduzir a infecção em 70%, algo que nunca ocorreu antes". Segundo ela, as conquistas anuais "são cada vez menores e o progresso está se desacelerando".
Para reverter esta mudança e avançar rumo a um mundo sem infecções, a diretora da UNAIDS reivindicou, além de lutar contra o estigma e a discriminação para os quem sofrem da doença, "um forte compromisso dos líderes políticos".
Atualmente há 37,9 milhões de pessoas contagiadas pelo mundo, e apenas duas a cada três têm acesso a antirretrovirais, segundo o último relatório anual que foi apresentado na África do Sul, com dados atualizados até 2018. EFE
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