EUA dão "curto prazo" a Maduro para que deixe poder na Venezuela
Washington, 23 jul (EFE).- Os Estados Unidos disseram nesta terça-feira que informaram a pessoas próximas do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de que ele tem um "curto prazo" para deixar o poder se não quiser enfrentar a justiça internacional e novas sanções americanas, e acreditam que o Grupo de Lima enviará em breve a mesma mensagem ao chavismo.
"É o momento para que os EUA e os países do Grupo de Lima ofereçam uma saída em um tempo definido. E, se não acatada, as medidas vão endurecer muito mais", afirmou em entrevista exclusiva à Agência Efe o assesor presidencial e diretor para o hemisfério ocidental do conselho nacional de segurança dos EUA, Mauricio Claver-Carone.
"Esse prazo é imediato e já comunicamos (a Maduro) indiretamente, com pessoas em quem ele confia. É importante que os países do Grupo de Lima façam o mesmo", acrescentou.
Claver-Carone afirmou que o prazo dado pelos EUA é "muito mais curto que o fim do ano", e disse que os chanceleres do Grupo de Lima "estão conversando" sobre esse mesmo assunto durante sua reunião de hoje em Buenos Aires.
O assessor destacou que o panorama mudou após a apresentação de um relatório da alta comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Michelle Bachelet, que denuncia repressão política, torturas e execuções extrajudiciais na Venezuela.
"O relatório de Bachelet é o caso 'prima facie' de uma acusação, particularmente desses países que estão inscritos no Tribunal Penal Internacional. Os EUA não concordam com isso, mas estamos dispostos a dar certas garantias", disse Claver-Carone.
"Portanto, é o momento de ou aceitar certas garantias para sair do poder, ou enfrentar a justiça internacional e dos EUA", ressaltou.
Hoje faz seis meses que Trump reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, e Maduro continua no poder.
O mandato de Guaidó como presidente da Assembleia Nacional (Parlamento do país, controlado por opositores de Maduro) termina em janeiro de 2020, e Claver-Carone deu a entender que, caso que o Legislativo decida substituí-lo por outro líder antes que Maduro deixe o poder, os EUA podem reconhecer essa outra figura como líder interino da Venezuela.
"O presidente interino Guaidó tem um apoio amplo na sua coalizão. Estamos seguindo uma lógica jurídica. Nós reconhecemos a Assembleia Nacional e respeitaremos suas decisões em reconhecimento do seu presidente interino", declarou. EFE
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