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Incêndio começa a ser extinto em Portugal, mas autoridades mantêm alerta

23/07/2019 12h22

Carlos García.

Casais de São Bento (Portugal), 23 jul (EFE).- O fogo começa se extinguir em Portugal após quatro dias de incêndios que devastaram mais de 8,5 mil hectares de terras, embora as autoridades não baixem a guarda diante da previsão de ventos e alta temperaturas nas próximas horas.

As duas principais frentes ativas, em Vila de Rei e Mação, no centro do país, foram "dominadas", segundo anunciou nesta terça-feira Luis Belo Costa, comandante de operações da Proteção Civil ao informar sobre a situação.

No entanto, Costa ressaltou que mil soldados continuam trabalhando e o alerta se mantém diante de um possível agravamento das condições meteorológicas, embora seja quase certo que "não serão agressivas" como na tarde de segunda-feira, quando o vento e o calor avivaram os focos mais ativos.

Em conjunto, segundo as autoridades, 41 pessoas receberam assistência médica, embora só 17 tenham ficaram feridas, uma delas em estado grave.

A chuva que caiu durante a noite foi uma aliada fundamental das equipes de extinção que trabalharam sem descanso na região.

Embora ainda não haja um balanço provisório de danos, o fogo arrasou desde sábado a mesma superfície queimada em Portugal nos primeiros sete meses do ano.

Fontes da Polícia Judicial explicaram à Agência Efe que o único detido até agora como suspeito de provocar um incêndio cumpre prisão preventiva à espera da conclusão das investigações.

Devido às condições meteorológicas, as autoridades mantêm o alerta máximo em 29 municípios do país, a maioria na região central.

As críticas pela gestão dos recursos de extinção e de atendimento à população se direcionaram hoje para o Instituto Nacional de Emergências Médicas (INEM), responsável pela evacuação da população e atendimento às vítimas.

O único ferido em estado grave, um idoso que permanece em coma induzido pelas queimaduras sofridas no incêndio de Mação, demorou quatro horas para receber assistência médica porque houve "alguns condicionamentos", segundo as autoridades, que dificultaram sua transferência de helicóptero.

Os incêndios deste fim de semana lembraram a tragédia vivida em Portugal em 2017, quando o fogo deixou 100 mortos, na sua maioria em Pedrógão Grande, muito perto da área afetada agora pelas chamas.

Os prefeitos das áreas afetadas questionaram o uso dos recursos utilizados na gestão, enquanto o primeiro-ministro, o socialista António Costa, lembrou que a prevenção é competência municipal.

Costa, duramente questionado pela tragédia de 2017, não visitou a região do desastre, mas enviará hoje um de seus ministros para percorrer as localidades atingidas pelas chamas.

Já o presidente do partido conservador PSD, Rui Rio, evitou a polêmica por considerar que "é de mau tom" pedir responsabilidades enquanto se combate o fogo, enquanto Catarina Martins, do Bloco de Esquerdas, lamenta que uma legislação obsoleta contribua para alimentar o problema. EFE