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Oposição protesta por realização do Foro de São Paulo na Venezuela em crise

25/07/2019 17h32

Caracas, 25 jul (EFE).- O partido de oposição Primeiro Justiça (PJ) e estudantes organizaram nesta quinta-feira um protesto em Caracas contra a realização do Foro de São Paulo na Venezuela e criticaram os gastos do governo de Nicolás Maduro para receber o evento diante da crise econômica vivida pelo país.

"Os venezuelanos rejeitam a presença deste clube de adoradores de Nicolás Maduro. Levaremos nossa voz de protesto a todo país para que o mundo saiba que na Venezuela o Foro de São Paulo é 'non grato", disse o PJ, partido do ex-candidato à presidência Henrique Capriles, em comunicado.

Na nota, o partido também criticou o governo por gastar dinheiro na organização do evento enquanto o país vive a maior crise humanitária da história da região.

"O evento é, sem dúvida, uma piada e um novo roubo contra o país. (O Foro de São Paulo) representa o pior da política, da corrupção, do autoritarismo, o sofrimento do povo e o fim da democracia", disse o PJ no comunicado.

Integrantes do movimento estudantil da Venezuela foram ao hotel Alba, que recebe o Foro de São Paulo em Caracas, para protestar contra a realização do evento, que reúne partidos e movimentos sociais de esquerda da América Latina e do Caribe.

Nos arredores do hotel, os estudantes chamavam a reunião de "fórum da morte" e criticavam o dinheiro gasto pelo governo chavista enquanto o sistema do país apresenta falhas graves, provocando blecautes que deixam a população vários dias sem energia.

O Foro de São Paulo surgiu em 1990, lançado pelo PT. Desta vez, o evento reunirá 500 delegados internacionais dos movimentos de esquerda da América Latina, segundo a organização.

Os participantes do fórum devem debater as consequências dos avanços do imperialismo no mundo, o apoio ao diálogo político na Venezuela e a solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos fundadores do encontro. EFE