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Líder chavista diz que Venezuela está pronta para "guerra absoluta" com EUA

27/07/2019 16h03

Caracas, 27 jul (EFE).- O político Diosdado Cabello, considerado o segundo nome mais importante do chavismo na atualidade, disse neste sábado que a Venezuela está pronta para travar uma "guerra absoluta" com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que alertou que é "provável" que "os norte-americanos" consigam entrar no país, mas terão problemas para sair.

"Nós estamos preparados hoje, de verdade, dizemos isso sem arrogância, para, se eles quiserem, uma guerra absoluta de todo o nosso povo em defesa da nossa pátria e da nossa paz", disse Cabello em um encontro entre parlamentares durante a 25ª edição do Foro de São Paulo, que está acontecendo em Caracas.

"Eles devem saber, eles sabem", acrescentou Cabello diante dos aplausos dos presentes no plenário de sessões do Parlamento da Venezuela, onde aconteceu a reunião.

Cabello também insistiu que "é provável que os 'marines' (fuzileiros-navais) norte-americanos entrem" na Venezuela, um alerta que ele mesmo já fez anteriormente.

Contudo, o líder chavista indicou que, caso os Estados Unidos invadam à Venezuela, "o problema para eles será sair".

"Aqui, há 200 anos expulsamos o império mais poderoso daquela época, e não estávamos tão preparados nem tão unidos", afirmou Cabello, ao tentar estabelecer um paralelismo entre uma eventual luta armada entre a Venezuela e os Estados Unidos e a guerra de independência contra a Espanha há dois séculos.

A Venezuela e os Estados Unidos mantêm relações conturbadas praticamente desde a chegada do chavismo ao poder, em 1999, mas a tensão aumentou em janeiro deste ano, quando o governo de Donald Trump reconheceu o opositor e líder do parlamento, Juan Guaidó, como presidente interino, um passo que também foi dado por outras 53 nações.

O reconhecimento a Guaidó faz parte da iniciativa americana que começou há quase seis meses para derrubar Maduro do poder, e o governo Trump já pediu diversas vezes ao governante que dê um passo atrás e convoque eleições "livres e transparentes". EFE