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Irã acusa Reino Unido de violar pacto nuclear ao reter navio em Gibraltar

28/07/2019 11h14

Viena, 28 jul (EFE).- Pouco antes de uma nova reunião do comitê conjunto do acordo nuclear de 2015, o Irã acusou o Reino Unido de violar este pacto ao reter em Gibraltar um navio petroleiro com bandeira da república islâmica.

As cinco potências que continuam no chamado plano conjunto de ação (JCPAO na sigla em inglês) começaram neste domingo uma reunião extraordinária com o Irã para analisar como manter o pacto em vigor, em um momento em que ele está em perigo devido à saída dos EUA e aos recentes descumprimentos iranianos.

Em entrevista à rede de televisão iraniana "Irib", o negociador nuclear iraniano Abbas Araqchi disse hoje em Viena que a retenção de um petroleiro iraniano em Gibraltar "foi uma violação do JCPOA".

"Nossos parceiros no acordo não deveriam causar nenhum problema em relação à exportação iraniana de petróleo", afirmou Araqchi.

As cinco potências que seguem no JCPOA se reúnem hoje com o Irã para ver como salvar o tratado. Há várias semanas o Irã não cumpre algumas de suas obrigações relacionadas com a quantidade e a pureza de urânio enriquecido, um material que tem aplicações civis e militares.

Os iranianos acusam os europeus de não fazerem o suficiente para garantir seus benefícios econômicos do acordo, em meio às sanções americanas, incluindo um severo embargo petroleiro.

A Casa Branca acusa o Irã de desestabilizar o Oriente Médio com atuações nas guerras da Síria e o Iêmen e com o apoio ao grupo extremista palestino Hamas em Gaza.

O Irã, por sua vez, exige poder vender petróleo, sua principal fonte de receitas, e por isso pressiona Estados Unidos e Reino Unido com ações contra alguns navios petroleiros no estreito de Ormuz, no golfo Pérsico.

Os três países europeus do acordo - França, Reino Unido e Alemanha -, com apoio de Rússia e China, dizem estar dispostos a facilitar o comércio com o Irã. Para isso, criaram um mecanismo financeiro, chamado Instex, que evita os efeitos das sanções americanas para as empresas europeias que fazem comércio com a república islâmica.

O tratado, assinado em 2015 também pelos EUA, limita o programa nuclear do Irã em troca de alívios econômicos para ao país, sempre com o objetivo de evitar que ele produza bombas atômicas. EFE