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Tufão mata 32, afeta 6 milhões de pessoas e gera custo de R$ 8 bi na China

Estrago gerado pelo tufão Lekima em Wenling, no leste da China - AFP
Estrago gerado pelo tufão Lekima em Wenling, no leste da China Imagem: AFP

11/08/2019 07h54

Pequim, 11 ago (EFE).- A chegada do tufão Lekima, o mais potente a atingir a China desde 2014, tem números impactantes até agora: 32 mortos, 16 desaparecidos, um milhão de evacuados, cinco milhões de afetados e a geração de um prejuízo acima de R$ 8 bilhões.

O último balanço divulgado pelas autoridades locais e citadas pela imprensa estatal indica que a maioria das mortes ocorreu no condado de Yongjia, situado na província de Zhejiang, onde o tufão tocou a terra na madrugada de sábado.

As fortes chuvas provocaram um deslizamento de terra que bloqueou os rios próximos a um reservatório. O nível da água aumentou e chegou a dez metros em apenas dez minutos, arrastando os habitantes de localidades próximas.

Essas mortes se somam à de um homem de 64 anos em Taiwan, que caiu de uma árvore enquanto tentava podar os galhos como precaução diante da chegada do tufão.

Grupo improvisa uma balsa em Linhai, na China, após enchente - Xinhua/Weng Xinyang - Xinhua/Weng Xinyang
Grupo improvisa uma balsa em Linhai, na China, após enchente
Imagem: Xinhua/Weng Xinyang

Quase 1,1 milhão de pessoas foram evacuadas até agora, e as autoridades estimam em 5,35 milhões o número de afetados em Zhejiang. Mais de 21 mil militares já participaram dos trabalhos de resgate, que contaram com 400 embarcações para evacuar mais de 33 mil pessoas.

Segundo fontes militares citadas pela agência de notícias oficial do governo chinês, "Xinhua", 247 quilômetros de estrada já foram restaurados, 3,2 quilômetros de rios passaram por uma limpeza e 105 toneladas de material de ajuda humanitária foram transportadas.

Em Zhejiang, uma das províncias historicamente mais afetadas por tufões, mais de 180 mil hectares de cultivos e 34 mil casas foram danificados por Lekima. As perdas econômicas diretas chegam a US$ 2,23 bilhões (R$ 8,7 bilhões).

Entre as zonas afetadas se destaca a cidade de Linhai, cujas muralhas são uma conhecida atração turística no país e que ficou inundada no sábado, obrigando os socorristas a comparecerem com barcaças infláveis para a evacuação de residentes e visitantes.

A maioria das evacuações foi realizada em Zhejiang, mas em Xangai, centro econômico do país, cerca de 253 mil pessoas foram transferidas a lugares seguros pelas autoridades locais.

Equipe de resgate procura sobreviventes após tufão passar por vila em Shanzao, na província de Zhejiang, na China - Xinhua/Han Chuanhao - Xinhua/Han Chuanhao
Equipe de resgate procura sobreviventes após tufão passar por vila em Shanzao, na província de Zhejiang, China
Imagem: Xinhua/Han Chuanhao

O governo central anunciou na noite de sábado um fundo especial de 30 milhões de iuanes (R$ 16,7 milhões) para ajudar os afetados pelo Lekima em Zhejiang.

Com ventos de até 187 quilômetros por hora, esse tufão - o nono do ano que chega à China - obrigou a paralisação de centenas de trens e o cancelamento de diversos voos.

A previsão é que o tufão siga rumo ao norte a uma velocidade de 15km/h e que perca força aos poucos. A próxima parada do fenômeno meteorológico será a província de Shandong, onde deve começar a ser sentido nesta noite. Lekima também deve causar fortes tempestades nas regiões de Anhui, Fujian e Jiangsu.

A imprensa local destaca que a Disneyland de Xangai fechou no sábado, pela primeira vez desde que foi inaugurada, em 2016, por razões meteorológicas. O parque reabriu nesta manhã.