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No Brasil, chefe da agência da ONU pede que região mantenha amparo a venezuelanos

Chefe da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Filippo Grandi - Rodrigo Garrido/Reuters
Chefe da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Filippo Grandi Imagem: Rodrigo Garrido/Reuters

Em Boa Vista

16/08/2019 22h20

O chefe da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, pediu nesta sexta-feira, durante visita ao estado de Roraima, que os governos da região mantenham as ações de amparo aos venezuelanos que fogem da crise no país.

"Não sou muito otimista que a situação na Venezuela vai se solucionar muito rapidamente. É preciso tempo e paciência, mas os esforços políticos devem continuar", disse Grandi em entrevista coletiva concedida em Boa Vista.

Grandi disse confiar em uma solução pacífica para a crise política, econômica e social na Venezuela. Para isso, o chefe da Acnur pediu que os países vizinhos mantenham os programas de ajuda aos venezuelanos que fogem do regime de Nicolás Maduro.

"Falar de mais de 4 milhões de pessoas é uma responsabilidade enorme para a região e por isso fazemos um pedido à comunidade internacional para mobilizar mais recursos para apoiar os países que recebem os venezuelanos", disse o chefe da Acnur.

"Não são apenas recursos humanitários, mas recursos para fortalecer o sistema educacional, o saneamento, a economia local. O que dizemos a esses países é que mantenham as portas abertas para pessoas que fogem de uma situação muito difícil", completou.

O chefe da Acnur, que chegou a Brasília ontem após visitar o Chile, agradeceu aos governos da região pelo amparo aos milhões de venezuelanos que fugiram do país, em especial ao Brasil, onde a Operação Acolhida está em andamento há mais de um ano.

A Acnur teve participação ativa na operação destinada a receber os cerca de 100 mil venezuelanos que cruzaram a fronteira rumo ao Brasil, segundo dados do governo federal.

Em Boa Vista, Grandi conheceu os albergues gerenciados pela Acnur em parceria com as autoridades brasileiras, outras agências da ONU e organizações de direitos humanos. Além disso, conversou com os venezuelanos e os pediu para evitar confrontos com a população, sabendo lidar com possíveis casos de xenofobia que sejam registrados.

Amanhã, o chefe da Acnur vai até Pacaraima, principal porta de entrada dos venezuelanos que fogem do país no Brasil.