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Open Arms considera "inviável" navegar até porto oferecido pela Espanha

18/08/2019 10h38

Roma, 18 ago (EFE).- A ONG Open Arms, cujo navio com 107 migrantes a bordo segue posicionado em frente à ilha de Lampedusa, no sul da Itália, explicou à Agência Efe que considera "inviável" a oferta de navegar até o porto de Algeciras, oferecido pela Espanha, por ser longe demais, embora a decisão final ainda não tenha sido tomada.

"Rejeitamos a oferta de ir até Algeciras (na região sulista da Andaluzia) porque as pessoas que levamos a bordo têm que ser desembarcadas de forma imediata. Estamos (no mar) há 17 dias, há uma resolução judicial favorável e estas pessoas não podem continuar a bordo do Open Arms, muito menos durante os cinco ou seis dias que levaríamos para chegar a Algeciras", disse uma porta-voz da ONG.

De acordo com a representante da Open Arms, a viagem "é absolutamente inviável", mas a decisão final "está sendo estudada a bordo do navio".

O fundador da ONG, Oscar Camps, explicou por que a oferta apresentada neste domingo pelo governo de Pedro Sánchez não é vista com bons olhos.

"Depois de 26 dias de missão, 17 de espera com 134 pessoas a bordo, uma resolução judicial a favor e seis países dispostos receber (os migrantes), quer que naveguemos 950 milhas, mais uns cinco dias, até Algeciras, o porto mais distante do Mediterrâneo, com uma situação insustentável a bordo?", escreveu Camps no Twitter.

Pouco antes, alguns dos resgatados se jogaram ao mar para tentarem chegar nadando a Lampedusa, uma demonstração do desespero vivido a bordo após 17 dias amontoados no navio.

A embarcação da Open Arms foi autorizada nesta semana por um tribunal da Itália a navegar em águas do país, mas o ministro do Interior, Matteo Salvini, se nega a permitir o desembarque dos migrantes nos portos.

No sábado, pressionado pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte, Salvini autorizou com má vontade o desembarque dos 27 menores desacompanhados que estavam no navio desde 1º de agosto, quando foram resgatados. EFE