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Trump diz que governo dos EUA mantém contatos de alto nível com o chavismo

20/08/2019 18h56

Washington, 20 ago (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que o governo do país mantém contatos de alto nível com integrantes da cúpula do chavismo, mas evitou confirmar se o interlocutor da Casa Branca na Venezuela é o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello.

"Estamos falando com vários representantes da Venezuela. Não quero dizer com quem, mas estamos conversando com eles no alto nível", disse Trump ao ser perguntado sobre um possível diálogo de representantes da Casa Branca com Cabello, um dos principais nomes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado por Nicolás Maduro.

Vários veículos da imprensa americana publicaram no domingo que representantes do governo americano dialogaram com Cabello por meio de intermediários. O objetivo das conversas não está claro, mas analistas apontam que a Casa Branca pode estar tentando desestabilizar o entorno do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Sem confirmar o diálogo com Cabello, uma fonte do Departamento de Estado disse à Agência Efe que vários dos aliados mais próximos de Maduro tentaram negociar com o governo dos EUA uma forma de retirar o líder chavista do poder.

"Maduro não pode confiar no seu círculo de assessores", ressaltou a fonte.

Segundo o site "Axios", um dos que divulgou a notícia sobre a possível aproximação de Cabello com o governo dos EUA, as conversas foram coordenadas pelo diretor de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, Mauricio Claver-Carone.

Fernando Cutz, um dos antecessores de Claver-Carone no cargo, afirmou à Efe que, segundo fontes do Departamento de Estado, os EUA tiveram ao menos dois contatos com Cabello nos últimos meses. Um deles teria ocorrido em Caracas, em julho, e outro em Washington, por meio de um enviado do presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela.

Uma terceira reunião ocorreria nesta semana, mas Cutz disse não ter certeza se o encontro ocorreu devido à revelação dos diálogos pela imprensa americana.

Os contatos com Cabello, sujeito a sanções americanas e acusado pelo país de ter vínculos com o narcotráfico, geram preocupação no Departamento de Estado. Segundo Cutz, os diplomatas temem que a Casa Branca firme um acordo com o líder chavista.

Quase sete meses depois de reconhecer o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, Trump tem mostrado impaciência com a sequência de Maduro no poder e hoje afirmou que está ajudando a Venezuela "em tudo o que pode".

"Nós estamos nos mantendo fora (da crise política), mas ajudando-lhes. Eles precisam de muita ajuda", ressaltou o presidente americano. EFE