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Aumentam para 80 número de mortos em atentado do EI contra casamento em Cabul

21/08/2019 10h51

Cabul, 21 ago (EFE).- As autoridades do Afeganistão elevaram nesta quarta-feira para 80 o número de mortos em um atentado suicida cometido contra um casamento no sábado passado, em Cabul, ataque que também deixou 182 feridos e foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

"O balanço de mortos antes era de 63, e aumentou para 80. Alguns dos feridos que estavam em condição crítica sucumbiram aos ferimentos em hospitais nos últimos dias", disse em comunicado o porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi, que confirmou à Agência Efe que 30 dos feridos estavam em situação crítica e 17 morreram.

O ataque suicida ocorreu em um salão de festas da capital, enquanto era celebrada uma cerimônia lotada. O EI recorreu às redes sociais para reivindicar a autoria do ataque, o último de uma longa lista de atentados sectários do grupo contra xiitas, especialmente contra a comunidade hazara fiel a essa vertente do islã.

De acordo com o Estado Islâmico, o alvo do atentado foi "uma grande concentração de renegados politeístas", em aparente referência à minoria xiita do país, frequentemente alvo de ataques sectários dos jihadistas, especialmente comunidade hazara fiel a essa vertente do islã.

"Após o ataque, a polícia de Cabul teve uma reunião com os proprietários de salões de festas e temos trabalhado para tomar medidas de segurança adicional", declarou o porta-voz da polícia de Cabul Firdaws Faramarz.

O atentado gerou uma onda de indignação entre a comunidade afegã e internacional. Como a tragédia ocorreu dois dias antes do centésimo aniversário da independência do país, o governo foi obrigado a atrasar ou cancelar alguns atos oficiais previstos.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, culpou os talibãs por estabelecerem as bases para que outros grupos extremistas cometessem este tipo de ataque contra a população. No entanto, os talibãs negaram ter participado desse atentado e condenaram o ato, enquanto esperam chegar a um acordo de paz com os Estados Unidos. EFE