Colômbia propõe projeto conunto para combater catástrofe na Amazônia
Bogotá, 22 ago (EFE).- A Colômbia propôs aos governos de Brasil, Bolívia, Equador e Peru a realização de um projeto conjunto de prevenção contra a catástrofe ambiental decorrente dos incêndios que se propagam pela Amazônia.
"Oferecemos a realização de um projeto conjunto entre Peru, Equador, Colômbia e Brasil para avançarmos na prevenção dos incêndios florestais na Amazônia e construirmos uma agenda conjunta para a mudança climática, o desmatamento e a degradação dessa região", disse a jornalistas o ministro colombiano do Meio Ambiente, Ricardo José Lozano.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do Brasil, que contabiliza os incêndios mediante imagens de satélite, os focos de incêndio em todo o país neste ano já superam em 83% os do mesmo período de 2018.
Em relatório divulgado na terça-feira, o Inpe detalhou que entre 1º de janeiro e 18 de agosto foram registrados 71.497 focos de incêndio no Brasil, sendo 52,5% na região amazônica.
Para o projeto conjunto, a Colômbia "já tem bons resultados na luta contra o desmatamento", disse o ministro. Segundo o governo colombiano, o país registrou 197.159 hectares desflorestados de florestas naturais no ano passado, o que representa uma redução de 22.814 hectares a respeito dos 219.973 hectares de 2017.
Em estudo divulgado em julho, as autoridades destacaram a diminuição dos números em quatro regiões do país. Na Amazônia, a diminuição foi de 5.971 hectares, já que em 2017 foram registrados 144.147 hectares desflorestados e no ano passado, 138.176 hectares.
Lozano explicou que a Colômbia atualmente implementa "a política preventiva nas florestas" para evitar que aconteça algo como o que acontecendo no Brasil.
"Nós já nos comunicamos com o governo do Brasil e estamos esperando que nos entreguem informação mais detalhada sobre os números reais" da devastação, declarou Lozano.
Fazem parte do projeto proposto pela Colômbia "os empreendimentos com as comunidades locais, a prevenção e os acordos pelas florestas nos quais a comunidade se compromete a não realizar práticas que estão proibidas em épocas de seca como em agosto", comentou o ministro.
Além disso, a intenção é estabelecer uma "luta frontal" contra a ilegalidade no que diz respeito à poda indiscriminada e o tráfico de espécies.
A Amazônia representa 25% da superfície do continente e é a maior floresta tropical do mundo. A região possui 7,4 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 5% da superfície total da Terra e a quase o 25% do continente americano.
Cerca de 60% desse território está em solo brasileiro. A Amazônia é compartilhada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. EFE
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