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Ex-presidente salvadorenho confessa propina para obter pena mais branda

13/09/2019 17h32

San Salvador, 13 set (EFE).- O ex-presidente de El Salvador Elías Antonio Saca, que ocupou o cargo de 2004 a 2009, confessou nesta sexta-feira em juízo que ofereceu propina a uma funcionária da Suprema Corte.

O responsável pela defesa de Saca, Mario Machado, disse à imprensa local que o ex-chefe de Estado admitiu ter tido uma conversa com um advogado que lhe ofereceu obter informações ou influenciar, através da funcionária Ángela Iracema Avelar Salinas, o processo por enriquecimento ilícito enfrentado pelo ex-presidente. "Já houve uma confissão da parte do senhor Saca quanto aos fatos relacionados no quadro fático da acusação", afirmou Machado.

A confissão, feita em um chamado "julgamento abreviado", foi uma tentativa de obter uma pena menor, de dois anos de prisão. Do contrário, Saca poderia ser condenado a de seis a dez anos de encarceramento.

Ainda segundo o advogado, o julgamento em San Salvador foi suspenso por pelo menos duas horas e meia por falhas técnicas na reprodução das gravações telefônicas obtidas pelo Ministério Público nas quais Saca acerta detalhes do pagamento da propina, no valor de US$ 10 mil.

A Procuradoria Geral da República de El Salvador acertou com Saca a confissão em troca da pena de dois anos, que, na visão de Machado, não poderia ser adicionada à condenação de dez anos por desvio de verba pública. Dessa forma, para a defesa, a pena definida hoje já foi cumprida quando o político permaneceu detido preventivamente.

Em agosto do ano passado, Saca confessou os crimes de peculato e lavagem de dinheiro para ser condenado a dez anos de prisão, em vez dos 30 previstos inicialmente para esses delitos. EFE