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Ar em Singapura alcança níveis "insalubres" devido a incêndios na Indonésia

14/09/2019 09h26

Jacarta, 14 set (EFE).- A qualidade do ar em Singapura alcançou níveis "insalubres" neste sábado, em meio à tensão entre os países da região por causa das fumaças poluentes causadas pelos incêndios florestais na Indonésia.

A medição da Agência Nacional de Meio Ambiente de Singapura (NEA, na sigla em inglês) situou entre "elevado" e "alto" o nível de concentração de partículas PM2,5 - as mais prejudiciais para a saúde.

A instituição recomendou "reduzir ou minimizar o esforço físico ao ar livre prolongado ou extenuante dada a previsão da qualidade do ar para as próximas 24 horas".

A NEA ressaltou que a causa da deterioração da qualidade do ar é "uma confluência de ventos que conduz a fumaça de Sumatra (na Indonésia) para Singapura".

Os fogos na Indonésia, que começaram no início da temporada de seca em junho e se agravaram neste mês, estão provocando tensões diplomáticas com a vizinha Malásia, que denuncia que a fumaça chega até o seu território e afeta a saúde dos seus cidadãos. O governo da Indonésia nega as acusações e alega que os fogos na Malásia também contribuem para a crise.

A fumaça dos incêndios obrigou o fechamento de escolas neste mês tanto na Malásia como na Indonésia e disparou o número de pessoas afetadas por doenças respiratórias, denunciou a ONG ambientalista Greenpeace.

A agência de gestão de desastres indonésia BNPB calculou que 320 mil hectares foram atingidos até o mês de agosto. De acordo com o Greenpeace, cerca de um quarto do território queimado neste ano é composto por florestas primárias e turfeiras, com solo rico em carbono.

Este é o pior ano de incêndios na Indonésia desde 2015, quando fogos parcialmente provocados pelas indústrias de papel e óleo de palma queimaram 2,6 milhões de hectares, o que resultou em uma série de medidas do governo para proteger e restaurar as florestas protegidas e as turfeiras.

Naquele ano, os incêndios causaram prejuízos avaliados em US$ 16 bilhões e afetaram gravemente a saúde dos habitantes de países vizinhos como Brunei, Malásia e Singapura. EFE