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Populistas despontam como vencedores nas presidenciais da Tunísia

15/09/2019 19h11

Túnis, 15 set (EFE).- O populismo, encarnado no jurista Kaies Said e no magnata dos meios de comunicação Nabil Karoui, despontou como o vencedor das eleições presidenciais da Tunísia neste domingo, já que esses dois candidatos provavelmente se enfrentarão no segundo turno.

Os resultados preliminares indicam que Said, um intelectual independente favorável à pena de morte e contra os homossexuais, e Karoui, preso preventivamente por acusação de corrupção, têm tudo para disputar a preferência dos eleitores no dia 13 de outubro. Os números finais serão divulgados apenas na próxima terça-feira.

Se essa tendência se confirmar, ambos desbancaram o presidente interino do Parlamento e cofundador do movimento islamita conservador Ennahda, primeira força da Câmara, Abdel Fatah Mouro.

Entretanto, os números preliminares foram desmentidos pelo chefe de campanha de Mouro, Samir Dilou, que acredita que seu candidato tirou cinco pontos percentuais de Said e disputará o segundo turno contra Karoui.

Nesse contexto, o primeiro a vir a público comemorar uma possível vitória foi o porta-voz da campanha de Karoui, Hatem Mliki. "Ele estará no segundo turno. Ganhamos", declarou o representante do empresário, para delírio do público que o acompanhava.

O candidato, dono da rede de televisão "Nessma TV", a de maior audiência no país, e ex-colaborador do presidente Beji Caid Essebsi, morto em julho passado, foi detido depois que a Justiça emitiu uma ordem de detenção por suposta lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A ordem incluía o irmão do magnata, o advogado Ghazi Karoui, que está foragido.

Said, por sua vez, dedicou-se a percorrer o país a pé e de transporte público e tirou vantagem do debate televisivo, que não teve a presença de Karoui. Conhecido entre a população local como 'Robocop' pelos seus movimentos mecânicos e como o 'Robespierre tunisiano' pela imprensa estrangeira, recebeu sobretudo o voto dos mais jovens, que representam cerca de 40% da população do país. EFE