Topo

Justiça espanhola nega extradição ao ex-general venezuelano Hugo Carvajal

16/09/2019 09h35

Madri, 16 set (EFE).- A Audiência Nacional da Espanha rejeitou, nesta segunda-feira, a extradição aos Estados Unidos do ex-general venezuelano Hugo Armando Carvajal, ex-chefe da contrainteligência nos governos dos presidentes Hugo Chávez e Nicolás Maduro, acusado de crimes de tráfico de drogas, e decidiu colocá-lo em liberdade.

Fontes da Audiência Nacional informaram da decisão, esperando que o tribunal transmitisse um auto amanhã com os motivos de sua decisão.

O tribunal notificou hoje a liberdade de Carvajal em um resumo onde apenas informa que ele estava sendo libertado após a negação de extradição, segundo fontes jurídicas consultadas pela Agência Efe, indicando que ele deve deixar a prisão nas próximas horas.

O tribunal levou alguns dias para tomar a decisão, já que a audiência de extradição foi realizada na última quinta-feira, onde Carvajal alegou que sua acusação por parte dos EUA para crimes de narcotráfico é infundada e responde a motivações políticas, já que este país - disse sua advogada - pretende realmente é obter informações sobre o governo de Chávez.

Já Estados Unidos afirmam que ele colaborou com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para introduzir cocaína no país.

Em seu pedido de extradição, que à Efe teve acesso em maio, a justiça americana afirmava que sua intenção era "inundar" os Estados Unidos com toneladas de cocaína, que introduzia com ajuda da guerrilha colombiana.

Na audiência de extradição, Carvajal, apelidado de "El Pollo", disse que se ele esteve com líderes das FARC, seria para ajudar na ida deles à Venezuela com o objetivo de participar das reuniões dentro do processo de paz na Colômbia, sob as ordens de Chávez e com conhecimento do governo colombiano.

A decisão da Justiça de não entregar Carvajal vai contra o critério da Promotoria espanhola, que considerou que todos os requisitos para extraditá-lo foram atendidos e diz que na ação americana, as atividades criminosas pelas quais ele é acusado foram especificadas "com precisão suficiente. EFE