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Líder do EI pede que seguidores "resgatem" jihadistas das prisões

16/09/2019 14h33

Cairo, 16 set (EFE).- O líder do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al Baghdadi, na sua primeira mensagem em quase cinco meses, pediu nesta segunda-feira aos seus seguidores que recuperem os membros "cativos" da organização, especialmente as mulheres que estão trancadas em campos.

"Seus irmãos e irmãs se esforçam para salvá-los e despedaçar os muros que os prendem. Não demore em resgatá-los", disse supostamente Al Baghdadi, em mensagem cuja autenticidade não pôde ser verificada independentemente.

Essa mensagem sonora de 30 minutos foi publicada na rede social Telegram pelo produtor Al Furqan, que divulga os discursos dos líderes da organização.

Esta é a primeira mensagem desde o dia 29 de abril. O primeiro vídeo de Al Bagdadi foi transmitido em cinco anos após a auto-proclamação do "califado" na Síria e no Iraque em 2014 da cidade iraquiana de Mossul, reconhecendo as derrotas.

"Como um muçulmano pode viver em paz enquanto as mulheres muçulmanas estão nos campos da diáspora e nas prisões de humilhação sob a opressão dos cruzados. Em todas as partes da terra?", questiona a voz, supostamente de Baghdadi.

Milhares de mulheres que se juntaram ao grupo extremista estão amontoadas com seus filhos em campos no nordeste da Síria, enquanto os homens estão presos em centros de detenção secretos em pontos desta região do país.

Nesses campos, controlados pelas Forças Democráticas Sírias (FSD), uma aliança liderada pelos curdos e apoiada por Washington, existem dezenas de milhares de pessoas, incluindo cerca de 10 mil estrangeiros que não têm nacionalidade síria ou iraquiana.

Praticamente todos eles se renderam ou foram capturados pelo FSD durante a ofensiva militar no leste da Síria, que terminou com a derrota territorial do Estado Islâmico na Síria, em março deste ano.

Al Baghdadi pediu que as mulheres e outros seguidores tenham "paciência com a dificuldade da situação".

Nesta mensagem, o líder do EI quis encorajar seus seguidores fazendo uma apuração das operações realizadas e afirmando que "os ataques coordenados não têm precedentes na história contemporânea", fazendo referência às operações que o EI reivindica lançar em vários pontos do planeta.

"Em quatro dias atacaram oito países contra 92 alvos em 80 zonas", afirma a voz, dando exemplos das operações, acrescentando que a organização não registra todas as operações e que o "número poderia ser maior", afirmou. EFE