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Cunhado do rei da Espanha sairá da prisão 2 dias por semana para voluntariado

17/09/2019 12h49

Valladolid (Espanha), 17 set (EFE).- Iñaki Urdangarin, marido de uma das irmãs do rei da Espanha, Felipe VI, e preso por um caso de corrupção, poderá sair da prisão dois dias por semana para realizar um trabalho voluntário.

Antes admirado por ser um jovem atleta de elite que entrou para a família real espanhola, Urdangarin está em uma pequena prisão na província de Ávila, próxima a Madri, desde 18 de junho do 2018.

O cunhado do rei foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão por desvio de recursos públicos, prevaricação, fraude fiscal, dois crimes fiscais e tráfico de influência em um esquema de corrupção, conhecido como caso Nóos.

Urdangarin, marido de Cristina (segunda filha dos reis eméritos Juan Carlos da Espanha e Sofia da Grécia), foi condenado pelo desvio de mais de 6 milhões de euros de dinheiro público entre 2003 e 2006 ao Instituto Nóos, uma instituição sem fins lucrativos que ele mesmo presidia.

O voluntariado, sem remuneração, será realizado em uma ONG que trabalha com pessoas com deficiência e tem ligação com uma entidade religiosa em Madri, que se ofereceu a recebê-lo.

Segundo o juiz que permitiu o voluntariado de Urdangarin, o recluso se encontra no mais "absoluto isolamento". A prisão na qual está, que o próprio escolheu, é para mulheres e ele se encontra em um modulo isolado. O magistrado considera que a pena não pode ser um elemento de "desestructuração da pessoa" e lembrou que as situações de isolamento continuado estão proscritas pela legislação espanhola.

Presos em situações similares deixam as celas por, no máximo, oito horas por dia para trabalhar ou colaborar com uma instituição ou uma ONG, desde que estejam autorizados a sair como internos de baixa periculosidade e sem risco de fuga.

Iñaki Urdangarin completará na quarta-feira 15 meses na prisão. Até o fim de novembro, quando cumprirá um quarto da pena, ele não poderá solicitar permissões ordinárias para sair da prisão. As saídas autorizadas agora não podem ser consideradas permissões, e sim um "programa especializado" para condenados, segundo fontes penitenciárias. EFE