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Número de migrantes continua a subir no mundo todo e já chega a 272 milhões

17/09/2019 19h16

Mario Villar.

Nações Unidas, 17 set (EFE).- O número de migrantes segue subindo no mundo inteiro, com 272 milhões de pessoas residindo fora do país natal atualmente, um salto em relação aos 221 milhões que havia em 2010, segundo estimativas apresentadas nesta terça-feira pelas Nações Unidas.

Os migrantes representam 3,5% do total da população mundial - eram 2,8% em 2000 -, segundo dados das Nações Unidas, que se baseiam em estatísticas nacionais, censos e outros estudos.

A Europa continua sendo a região que mais recebe migrantes, com 82 milhões, mas aproximadamente metade deles é composta de pessoas procedentes de outros países do próprio continente.

Em seguida vem a América do Norte, com cerca de 59 milhões, e cada vez mais perto aparecem regiões como o norte da África e o Oriente Médio, onde o número de migrantes tem crescido mais rapidamente nos últimos anos.

Em nível de países, os Estados Unidos recebem com muita diferença a maior população migrante do mundo. O país conta com 50,7 milhões de pessoas nascidas fora do país, quantidade bem acima dos números registrados por Alemanha e Arábia Saudita (13,1 milhões cada).

A lista de países com o mais migrantes segue com Rússia (11,6 milhões), Reino Unido (9,6 milhões), Emirados Árabes (8,6 milhões), França (8,3 milhões), Canadá (8 milhões), Austrália (7,5 milhões) e Itália (6,3 milhões).

Em escala global, a Índia - o segundo país mais populoso do mundo - é o que mais gente tem vivendo fosse das suas fronteiras, com 17,5 milhões.

A segunda maior diáspora é a mexicana (11,8 milhões, a maioria nos EUA) seguida pela chinesa (10,7 milhões), a russa (10,5 milhões) e a síria (8,2 milhões).

Entre as grandes tendências mostradas pelos dados da ONU se destaca o fato de que a maior parte dos que emigram tem como destino países da própria região, e não necessariamente de economias pobres para outras mais desenvolvidas.

Por exemplo, quase dois em cada três migrantes procedentes de países da África subsaariana vivem em outro país dessa mesma região do mundo.

Desde 2005, a chamada migração Sul-Sul - entre países em desenvolvimento - cresceu mais rápido que a Sul-Norte, passando de um número de 60 milhões para mais de 105 milhões na atualidade.

Ultimamente também ocorreu um forte aumento da migração forçada, com 13 milhões de novos refugiados e solicitantes de asilo entre 2010 e 2017, o último ano para o qual há dados. Deles, a região do norte da África e a Ásia Ocidental recebem 46%, enquanto 21% estão na África subsaariana.

A maior parte dos migrantes do mundo, segundo a ONU, são pessoas em idade ativa, com 74% entre 20 e 64 anos, enquanto aproximadamente 14% têm menos de 20.

A ONU ressalta que, em geral, os migrantes contribuem de maneira muito positiva tanto aos países que os recebem, oferecendo mão de obra, como aos de origem, por exemplo com o envio de dinheiro.

"Proporcionar uma migração e uma mobilidade humana ordenada, segura, regular e responsável contribuirá muito para alançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", comentou o subsecretário-geral do Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais, Liu Zhenmin. EFE