Gantz rejeita proposta de Netanyahu e se propõe a liderar governo de unidade
O ex-general Benny Gantz, líder da coalizão centrista Azul e Branco - a mais votada nas eleições gerais de Israel, após 97% dos votos apurados -, propôs liderar um governo de unidade no país, em resposta à Benjamin Netanyahu, após o primeiro-ministro interino pedir, nesta quinta-feira, que ambos chegassem a um acordo.
"Eu quero fazer isso, criar um governo de unidade extensa e liberal, liderado por mim", declarou, em entrevista coletiva na sede do partido, em Tel Aviv.
Gantz definiu a proposta de Netanyahu, que hoje assinou um acordo com os partidos de direita e religiosos para negociar a formação do Executivo como um único bloco, como "uma manobra" e pediu ao líder do Likud que negocie com "sinceridade e honestidade".
Netanyahu propôs hoje a criação de um governo com o Azul e Branco, mas incluindo seus parceiros frequentes, para evitar que uma terceira eleição seja realizada, depois que nenhum dos grandes blocos parlamentares (direita, extrema-direita e religiosos e centristas e esquerdistas) conseguiram a maioria dos assentos.
Gantz defendeu que a coalizão centrista foi a mais votada, com 33 assentos no total de 120 - faltando a apuração dos últimos votos, o que lhe daria dois a mais que o Likud, por isso postulou a liderança do próximo Governo.
Netanyahu, que solicitou a Gantz uma reunião para hoje, disse após a mensagem se sentir "surpreendido e decepcionado" pela reação do rival, afirmando que ele "se negou a atender seu pedido".
"O presidente (Reuven Rivlin) pediu unidade e, sem uma reunião entre os dois líderes dos maiores partidos, é impossível formar um governo de unidade", escreveu em sua conta no Twitter.
Por sua vez, Rivlin felicitou Netanyahu por abrir a possibilidade do governo de unidade e afirmou hoje: "Farei tudo o que puder para evitar outra eleição geral. Mas a responsabilidade por isso, bem como a responsabilidade de formar um governo que sirva para todos os cidadãos de Israel com a dedicação que merecem, é deles: das autoridades eleitas e, principalmente, dos líderes dos dois principais partidos".
"Ouço, alto e claro, as vozes que pedem um governo de unidade nacional ampla e estável", completou.
Netanyahu manteve sua oferta: "Gantz, o convite para nos encontrarmos ainda permanece. É o que o público espera de nós".
Avigdor Lieberman, líder do Israel Nosso Lar e com 8 assentos, classificou hoje a proposta de Netanyahu como uma tentativa de "preparar a opinião pública para uma terceira rodada eleitoral".
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