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ONGs afirmam que mais de 250 pessoas estão detidas após protestos contra Sisi

22/09/2019 15h54

Cairo, 22 set (EFE).- Organizações de direitos humanos, que prestam assistência jurídica a detidos em protestos na última sexta-feira no Egito, calculam que mais de 250 pessoas permanecem detidas e algumas já foram levadas à Justiça, enquanto outras ainda aguardam.

O diretor da Rede Árabe para Informação sobre Direitos Humanos (ANHRI, sigla em inglês), Gamal Eid, explicou à Agência Efe que os manifestantes detidos nas cidades de Suez, Mansura e Kafr al Sheikh serão interrogados pelo promotor de Segurança do Estado na presença de advogados de defesa.

Os detidos no Cairo foram levados para dois quartéis das forças de segurança no leste da capital e os advogados que vieram para este local ainda não tiveram acesso a eles, segundo Eid.

"É um local de detenção ilegal e isso é contrário à lei", disse o advogado de direitos humanos, cuja ONG conseguiu verificar os nomes de mais de 70 detidos.

Segundo a Rede Árabe, cerca de 150 jovens que foram detidos apenas na Praça Tahrir, no Cairo e arredores, foram levados ao Ministério Público de Segurança e serão encaminhados à Justiça.

Eid destacou que as organizações que estão auxiliando os detidos estimam que mais de 250 pessoas estão detidas em todo o Egito, segundo as denúncias das famílias e verificações de advogados em delegacias e locais de detenção.

O Centro Egípcio de Direitos Econômicos e Sociais publicou hoje uma lista de 274 pessoas, identificadas com nomes e sobrenomes, cuja detenção foi denunciada, embora os advogados da ONG não tenham conseguido descobrir sua situação legal até o meio-dia deste domingo, de acordo com um comunicado.

As autoridades egípcias não ofereceram dados das pessoas detidas na noite da última sexta-feira, quando foram registrados protestos no centro do Cairo e em outras cidades do país para pedir a saída do presidente Abdul Fatah al Sisi.

Os protestos reuniram algumas centenas de pessoas, mas são os primeiros de importância registrados desde 2016, em um país onde as mobilizações de rua são estritamente proibidas. EFE