Presidente do Irã pede união no Golfo Pérsico diante da presença dos EUA
Teerã, 22 set (EFE).- O presidente do Irã, Hassan Rohani, pediu neste domingo que os países do Golfo Pérsico se unam, para evitar que os Estados Unidos aproveitem as rupturas existentes na região e garantiu que o envio de tropas estrangeiras pode criar problemas.
"Estendemos a mão aos países vizinhos e, inclusive, estamos dispostos a esquecer dos erros do passado, porque hoje a situação é que os inimigos do islã e da região, ou seja, Estados Unidos e sionismo (Israel) querem se aproveitar dessa divisão entre nós", afirmou o líder, durante discurso realizado em desfile militar.
O governo americano anunciou o envio de mais tropas para a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, depois de ataques contra duas unidades da companhia petrolífera Aramco. Washington acusou o Irã dos ataques, embora o governo do país asiático tenha negado envolvimento no caso.
Em relação a esse aumento de efetivo militar, Rohani garantiu que a segurança na região deverá ser garantida pelos países da região, para evitar uma escalada de tensão.
"A segurança do Golfo Pérsico, do estreito de Ormuz e do mar de Omã é endógena. As forças estrangeiras podem criar problemas e insegurança para a nossa nação e nossa região", disse o presidente do Irã.
Rohani garantiu que qualquer país ou instituição que quiser de fato melhorar a situação na região, não deve enviar armas, aviões e bombas, para evitar uma corrida armamentista, e voltou a disparar.
"As mentiras que querem atribuir os incidentes da região à República Islâmica do Irã serão reveladas", afirmou o presidente, em referência aos ataques da Aramco.
As ações contra a companhia foram reivindicadas pelos rebeldes houthis do Iêmen, embora os governos dos EUA e da Arábia Saudita acusem o regime de Teerã.
Rohani destacou que a presença militar e política dos americanos "sempre foi desastrosa" e garantiu que o Irã apresentará na Assembleia Geral da ONU, nesta semana, uma iniciativa de paz para o estreito de Ormuz.
Os Estados Unidos tentará criar uma coalizão no Golfo Pérsico, e Arábia Saudita e Emirados Árabes já anunciaram que se unirão a ela. O Pentágono divulgou que os trabalhos se centrarão na "defesa aérea e de mísseis". EFE
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