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Austrália defende apoio aos EUA contra interferência eleitoral russa

02/10/2019 08h52

Sydney (Austrália), 2 out (EFE).- O governo da Austrália defendeu nesta quarta-feira sua disposição em colaborar nas investigações sobre a suposta interferência russa na última campanha presidencial nos Estados Unidos, após admitir um pedido do presidente americano, Donald Trump, de fornecer informações.

"Se pudermos ajudar adequadamente, faremos isso e acho que a Austrália não deve comentar mais sobre uma investigação que está sendo realizada adequadamente ou que está sob o sistema americano", disse a ministra das Relações Exteriores da Austrália, Marise Payne, à emissora local "ABC".

Ela negou que a Austrália tenha sido "arrastada" para um assunto da política interna dos EUA e ressaltou que "nestas circunstâncias estamos trabalhando no interesse da Austrália e com o nosso aliado mais próximo e importante", embora tenha evitado dar detalhes sobre o tipo de cooperação ou documentação envolvida.

O gabinete do primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, confirmou ontem que Trump pediu sua colaboração na investigação em uma conversa por telefone, da qual ele não deu nenhum detalhe, e que se teria acontecido antes da viagem do premier aos EUA há quase duas semanas.

Na última segunda-feira, o jornal "The New York Times" publicou uma reportagem afirmando que Trump pressionou Morrison para que ajudasse o procurador-geral americano, William Barr, a desacreditar as investigações, como fez com o presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, em julho.

A investigação começou depois que o comissário da Austrália no Reino Unido, Alexander Downer, se reunisse em maio de 2016 com George Papadopoulos, então assessor de campanha de Trump, para abordar a possível interferência do Kremlin nas eleições nos EUA.

Papadopoulos, que se declarou culpado de ter mentido sobre seus laços com Moscou no caso investigado pelo então promotor especial Robert Mueller, revelou a Downer, o ex-ministro das Relações Exteriores da Austrália, que a Rússia tinha informações prejudiciais à ex-candidata democrata Hillary Clinton. EFE