Trump critica democratas e imprensa em meio ao processo de impeachment

Washington, 2 out (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou nesta quarta-feira como "escória" o congressista democrata Adam Schiff, um dos principais nomes do processo de impeachment contra o governante, e voltou a criticar a imprensa, a qual descreveu como "inimiga do povo".

Trump concedeu entrevista na Casa Branca, ao lado do presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, que ficou em silêncio durante os mais de dez minutos de fala do governante americano. Os alvos dos ataques do republicano foram Schiff, o jornal "The New York Times" e a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi.

Os insultos mais duros foram direcionados a Schiff, presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes e que lidera as investigações para o possível impeachment de Trump devido à polêmica ligação na qual o republicano pediu ao presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, uma investigação sobre o ex-vice-presidente Joseph Biden e seu filho por suposta corrupção na Ucrânia.

"Deveriam forçá-lo a renunciar do Congresso, Adam Schiff. É escória. Deveria renunciar ao cargo em meio à desgraça e, francamente, deveriam julgá-lo por traição", disse Trump.

O presidente também defendeu o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e afirmou que Schiff não está à sua altura. Em Roma, onde está de visita, o diplomata americano admitiu ter participado da ligação de 25 de julho entre Trump e Zelenski.

"Conheço muita gente que estava na ligação. Não apenas as pessoas que estavam na linha, mas também muitas pessoas transcreveram a ligação", afirmou Trump, sem detalhar quem mais pode ter escutado a conversa.

Em entrevista coletiva no Congresso, Schiff acusou Pompeo de ter tentado "pressionar testemunhas" a obstruir a investigação contra Trump e, além disso, avisou à Casa Branca que "não está brincando" com esse caso e tem a intenção de requerer documentos pela via legal.

Trump acompanhou de perto a entrevista de Schiff e Pelosi diante dos jornalistas e publicou comentários no Twitter enquanto ambos falavam.

"Todas essas tolices do impeachment, que não vão a lugar algum, estão impactando negativamente o mercado de ações. Mas isso é exatamente o que os democratas querem fazer. Querem prejudicar o país pensando apenas nas eleições de 2020", afirmou.

Na história dos EUA, apenas três presidentes encararam processos de impeachment: Andrew Johnson e Bill Clinton, que foram absolvidos; e Richard Nixon, que renunciou antes. EFE