Promotor peruano diz que situação financeira da Odebrecht prejudica acordo
Curitiba, 3 out (EFE).- O chefe da equipe especial do Ministério Público do Peru para a Operação Lava Jato, Rafael Vela, disse nesta quinta-feira, em Curitiba, que a difícil situação da Odebrecht prejudica o acordo de colaboração firmado pela construtora com o órgão.
"As dificuldades de caráter financeiro conspiram contra a execução desses acordos de colaboração e, como promotores, nós privilegiamos a averiguação da verdade", disse Vela a jornalistas na sede do Ministério Público Federal em Curitiba.
Vela lidera uma equipe de promotores peruanos que desde ontem está ouvindo Jorge Barata, ex-diretor-executivo da Odebrecht no Peru, e dois outros ex-funcionários da construtora brasileira.
A segunda parte do depoimento de Barata, que seria realizada na quarta-feira, foi suspensa por "problemas de logística". A defesa do ex-diretor da Odebrecht alegou que não conseguiu ter acesso a dois sistemas de informação da empresa por "falta de recursos".
Hoje, os promotores peruanos interrogaram o ex-executivo Eleuberto Martorelli, um dos responsáveis pelos contratos regionais no Peru. Segundo Vela, ele forneceu "informações importantes" sobre os projetos nos quais teve participação direta entre 2008 e 2012.
"Ele revelou codinomes e uma série de detalhes sobre os graus de participação das pessoas relacionadas aos projetos nos quais ele participou", afirmou o promotor peruano.
O principal objetivo da equipe da Lava Jato peruana na nova visita a Curitiba era identificar 71 codinomes que constam em uma planilha do departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, setor de onde saíam os pagamentos de propina no Brasil e no exterior.
Amanhã, os promotores peruanos terão uma reunião técnica com integrantes do Ministério Público Federal para definir os próximos passos a serem seguidos. Eles também devem agendar para novembro novos depoimentos com Jorge Barata.
No último dia 16 de fevereiro, os promotores peruanos assinaram um acordo com a Odebrecht em São Paulo. A empresa se comprometeu a entregar documentos "valiosos" ao Ministério Público do Peru e a pagar 610 milhões de sóis peruanos (US$ 185 milhões) ao governo do país como reparação.
Entre os vários dos 71 codinomes ainda não identificados, suspeita-se que estejam vários parlamentares do Congresso dissolvido, inclusive o de alguns que tentaram sair do país nos últimos dias. EFE
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