Movimento indígena do Equador aceita proposta de diálogo com o governo
Quito, 12 out (EFE).- O movimento indígena do Equador, grupo que lidera a onda de protestos que já dura dez dias contra as medidas econômicas adotadas pelo governo a pedido do Fundo Monetário Internacional (FMI), aceitou neste sábado a proposta de diálogo feita pelo presidente do país, Lenín Moreno.
Apesar de ter inicialmente se recusado de forma contundente a dialogar com Moreno se o decreto não fosse revogado, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) anunciou neste sábado que aceita negociar diretamente com o presidente.
A mudança de postura do principal órgão de representação do movimento indígena do Equador ocorreu, segundo a Conaie, após consultas às tribos e às organizações sociais que participam dos protestos contra o governo.
O conteúdo do comunicado publicado hoje tinha sido vazado à imprensa na noite de ontem. No entanto, a direção da Conaie, liderada por Jaime Vargas, tinha declarado que o documento era falso e mantinha a decisão de recusar qualquer diálogo com Moreno até que o decreto que pôs fim aos subsídios sobre os combustíveis fosse revogado.
Inicialmente, a Conaie também exigia as renúncias dos ministros de Defesa, Oswaldo Jarrín, e de Governo, María Paula Romo, considerados pelo movimento indígena como responsáveis pela repressão violenta das manifestações.
Agora, a Conaie admite que negociará para revisar o decreto, apesar de ter como objetivo a revogação completa da medida. A organização, porém, pretende manter a exigência de que Jarrín e Romo deixem o governo do Equador.
A aproximação ocorre depois de mais uma manhã de protestos e violência em Quito, capital do país. Até o momento, quatro pessoas morreram, mais de 850 ficaram ferida se mais de mil foram presas nos protestos que começaram no dia 3 de outubro.
O centro histórico de Quito ainda é palco de confrontos entre manifestantes e agentes da Polícia Nacional do Equador. A região ficou quase cercada pelos diferentes bloqueios montados pelas forças de segurança nos diferentes acessos à área.
O entorno da Casa da Cultura Equatoriana, que ficou um quartel general indígena desde o início do movimento, virou um campo de batalha, com manifestantes jogando pedras e garrafas contra os policiais, que respondiam com bombas de gás lacrimogêneo. EFE
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