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Em Damasco, enviado da ONU pede fim das hostilidades entre Síria e Turquia

16/10/2019 11h16

Damasco, 16 out (EFE).- O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, que está em Damasco, pediu nesta quarta-feira o fim da ofensiva militar da Turquia ao país vizinho, iniciada há uma semana, e a busca por uma solução política.

Esta é a primeira visita do representante das Nações Unidas à capital desde o início da operação. Hoje, o diplomata norueguês se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Síria, Waleed al Moalem.

Pedersen contou em entrevista coletiva que falou da necessidade de estabelecer de maneira imediata a cessação das hostilidades e de iniciar a discussão para encerrar a crise na região fronteiriça, com os ataques dos turcos visando eliminar milícias curdo sírias.

O enviado especial da ONU disse a Moalem que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, tem "extrema" preocupação por causa das consequências humanitárias do conflito, que já provocou diversas mortes e o êxodo de mais de 160 mil pessoas.

A reunião entre Pedersen e o ministro se concentrou na situação do nordeste da Síria, onde milícias curdo sírias e as tropas de Damasco enfrentam os turcos, diante de um cenário em que os Estados Unidos se retirou.

Moalem, por sua vez, relatou que foi tratado também o assunto das possíveis consequências no funcionamento do Comitê Constitucional do país, que é responsável por redigir a nova Carta Magna e foi formado com apoio da ONU.

A princípio, a ofensiva turca não afetará a primeira reunião do órgão, que está prevista para acontecer no fim deste mês, em Genebra, na Suíça, segundo nota do Ministério das Relações Exteriores.

Moalem, no encontro com Pedersen, ainda denunciou o comportamento que classificou de "hostil", do governo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Para os sírios, a ofensiva trata de colocar em prática as ambições expansionistas do líder.

O exército da Turquia realiza ofensiva na fronteira, onde quer estabelecer uma zona de segurança de cerca de 30 quilômetros a partir da fronteira turca, com 480 quilômetros de extensão, onde pretende instalar refugiados sírios. EFE