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Exército chileno decreta toque de recolher em Santiago

Santiago, Chile

19/10/2019 21h10

O chefe de Defesa Nacional do Chile, major-general Javier Iturriaga del Campo, responsável pela segurança durante o estado de emergência decretado em Santiago e em algumas comunas periféricas da capital, decretou neste sábado o toque de recolher na região pela persistência dos distúrbios.

"Tendo analisado a situação e os excessos que ocorreram hoje e levando em conta a obrigação legal que temos de proteger as pessoas e suas propriedades, tomei a decisão de decretar a suspensão da liberdade de movimento pessoal por meio de um toque de recolher total", disse o militar.

O toque de recolher será das 22h (hora local) até às 7h (hora local) de amanhã, e será estabelecido nas províncias de Santiago - que abriga a maior parte das comunas da Região Metropolitana (RM) -, província Chacabuco e as comunas de Puente Alto e San Bernardo, todos os setores pertencentes à RM.

A decisão foi tomada em consequência dos distúrbios, incêndios e saques ocorridos hoje em Santiago, mesmo depois do estado de emergência estabelecido pelo Governo, após os fortes protestos de ontem contra o aumento no preço da passagem do metrô da capital.

O Exército decretou o toque de recolher após o anúncio feito pelo presidente Sebastián Piñera da suspensão do aumento das passagens.

"A restrição de liberdades implica que as pessoas devem permanecer em suas casas e aqueles que exigem, por razões de saúde ou emergência, deixar suas casas, devem solicitar o salvo-conduto correspondente na delegacia mais próxima", explicou Iturriaga.

A situação em Santiago e na periferia da capital chilena voltou a ficar tensa neste sábado, e os protestos pacíficos da manhã se transformaram em conflitos violentos entre policiais, militares e manifestantes em várias áreas da cidade.

Até o momento, dezenas de estações de metrô de Santiago foram incendiadas, assim como inúmeros ônibus.