Deputados do Chile aprovam projeto para anular aumento da tarifa do metrô
Santiago, 20 out (EFE).- A Câmara dos Deputados do Chile aprovou neste domingo em uma sessão de emergência, um projeto de lei para cancelar o aumento do preço da passagem de metrô de Santiago, reajuste que motivou os violentos protestos que desde a última sexta-feira deixaram pelo menos oito mortos.
A iniciativa legal foi aprovada por 103 votos a favor, 1 contra e 1 abstenção, e será vista pelo Senado esta amanhã para sua total ratificação.
O projeto foi enviado com urgência pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera, e se passar pelo Senado, terá o poder de cancelar o aumento das tarifas.
O deputado René Osvaldo, da coalizão de esquerda A Força da Maioria, foi o único legislador que votou contra, enquanto a deputada do Partido Comunista, Marisela Santibáñez, se absteve.
No último dia 6, o Metrô de Santiago, empresa privada da qual o Estado tem participação, aumentou em 30 pesos chilenos (R$ 0,17) o preço da passagem em hora do rush, chegando a 830 pesos chilenos (R$ 4,80).
O preço é fixado pelo chamado Painel de Analistas com base em vários indicadores, como inflação, custo de suprimentos para sua operação e taxa de câmbio, entre outros, e aprovado pelo Ministério dos Transportes.
Em protesto contra o aumento das passagens, centenas de cidadãos, especialmente estudantes do ensino médio e universitários, compareceram às estações de metrô e entraram sem pagar, causando destroços e enfrentando a polícia.
Na última sexta, o protesto se estendeu para outras zonas do país, vislumbrando a saturação da sociedade pelo custo de vida no Chile e desigualdades.
A radicalização desses protestos levou o Chile a um grave problema de ordem pública, com muitos atos de vandalismo, de barricadas nas ruas, incêndios e saques a lojas e supermercados.
O governo decretou o estado de emergência em várias regiões para colocar a segurança nas mãos do Exército.
Com o intuito de apaziguar os ânimos, Piñera anunciou o envio ao Congresso desse projeto de lei, enquanto busca uma fórmula para que as drásticas flutuações do dólar e do petróleo não afetassem as tarifas a serem pagas pelos cidadãos. EFE
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