ONU cobra abertura de diálogo entre governo e manifestantes no Chile
Nações Unidas, 21 out (EFE).- A Organização das Nações Unidas (ONU) fez apelo nesta segunda-feira para que o diálogo seja aberto entre governo e manifestantes no Chile, onde morreram, pelo menos 11 pessoas, depois de vários dias de violência e distúrbios por todo o país.
De acordo com a delegação da ONU em solo chileno, o secretário-geral António Guterres vem acompanhando de perto a situação, que se agravou no último fim de semana. Segundo comunicado, o diplomata português expressou a "profunda preocupação com os atos de violência registrados em Santiago".
Em relação ao estado de emergência decretado pelo presidente Sebastián Piñera, a ONU destaca que a medida deve ser aplicada com respeito ao "Estado de Direito e aos padrões internacionais de direitos humanos, que o Chile aderiu".
O porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em entrevista coletiva que concede diariamente, enviou uma mensagem clara para as autoridades e também para os manifestantes do país.
"Convocamos todos os atores a reduzir as tensões, condenar a violência e encontrar soluções pacíficas aos desafios atuais que enfrenta o Chile", afirmou.
Dujarric explicou que a ONU vem mantendo contato com autoridades e lançou um alerta para governantes ao redor do planeta, de que a população está descontente, o que acabem provocando protestos em série, em diversos países.
"Todos têm, obviamente, motivações muito específicas, nacionais, por assim dizer, mas muitas delas mostram as frustrações das pessoas com o sistema, mostram as frustrações das pessoas com a desigualdade e com as necessidades que não se satisfazem", avaliou.
Os protestos se intensificaram na sexta-feira devido a uma alta dos preços das passagens do metrô de Santiago. Piñera desistiu do reajuste, mas o recuo não acalmou os ânimos. Os manifestantes entraram em confronto com as forças de segurança, transformando algumas áreas em palcos de guerra. EFE
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