Presidente do México diz não se arrepender de libertar filho de 'El Chapo'
Cidade do México, 21 out (EFE).- O presidente do México, Andrés López Obrador, garantiu nesta segunda-feira seguir acreditando que tomou a decisão certa ao libertar Ovídio Guzmán, filho do narcotraficante Joaquín 'El Chapo' Guzmán, para evitar uma tragédia na capital do estado de Sinaloa.
"O tempo passará e as pessoas de Culiacán poderão julgar se fizemos bem ou mal. Eu tenho a consciência tranquila e sei que agimos de forma correta", disse o líder, em entrevista coletiva concedida no Palácio Nacional, sede do governo do país.
López Obrador, inclusive, garantiu estar disposto a defender na justiça a decisão que tomou, depois que o Partido de Ação Nacional (PAN) o denunciou ao Ministério Público pela libertação de 'Chapito', como o traficante também é conhecido.
"Sim, eu gostaria de comparecer diante das autoridades, se as autoridades competentes assim solicitarem, para informá-los e poder expor minhas razões", explicou o presidente.
López Obrador ainda aproveitou para criticar o PAN por ser "partidário da violência", e também garantiu que seu governo está apresentando uma postura diferente a dos antecessores Felipe Calderón (no poder de 2006 a 2012) e Enrique Peña Nieto (2012 a 2018), que segundo ele, colocaram o México em uma onda de violência.
"Deixamos claro, desde o início, que iríamos mudar essa política absurda, desumana e ineficaz, já que não deu resultados", destacou o atual chefe de Estado.
Nesta quinta-feira, Culiacán ficou sitiada por tiroteios durante horas após a prisão, por parte de um comando formado por 30 militares e membros da Guarda Nacional, de 'Chapito', alvo de um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos em setembro do ano passado.
Posteriormente, López Obrador, anunciou que o narcotraficante havia sido solto pelas autoridades para "preservar vidas" de inocentes. Hoje, o presidente garantiu que a ordem de prisão contra o filho de 'El Chapo' segue valendo no México.
"Se existe uma ordem, claro que se deterá Guzmán, sempre e quando não se colocar em risco a vida da população. É preciso ir isolando o chamado crime organizado, para que não seja motivo de orgulho pertencer a um grupo de bandidos", afirmou. EFE
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