Chilenos ignoram pedido de perdão de Piñera e protestam nas ruas pelo 6º dia
Santiago, 23 out (EFE).- As ruas das principais cidades do Chile voltaram nesta quarta-feira a ser palco de manifestações contra o governo e em prol de melhorias sociais, pelo sexto dia consecutivo, mesmo após o presidente do país, Sebastián Piñera, pedir perdão à população e anunciar um pacote de medidas para atender às reivindicações populares.
Os protestos iniciados na última sexta-feira são marcados também por confrontos entre manifestantes radiciais e a polícia que já deixaram 18 mortos, entre eles um menor de idade, e o saldo de detidos já passa de 2 mil pessoas.
Grande parte do país continua em estado de emergência, decretado por Piñera, com toques de recolher e com as Forças Armadas fazendo patrulhamento nas ruas.
No começo da tarde desta quarta-feira, as maiores manifestações transcorriam pacificamente, com um clima de confraternização, sem registros de confrontos com as forças de segurança.
A Praça Itália voltou a ser o epicentro das manifestações na capital, Santiago. As cidades de Valparaíso, Iquique e Curicó, entre outras, também são palco de protestos pacíficos.
Piñera anunciou ontem uma agenda social para promover reformas do sistema previdenciário e de saúde, elevar o salário mínimo e reduzir as tarifas de energia para atender às reivindicações dos manifestantes.
O presidente chileno apresentou as medidas em discurso feito em rede nacional de televisão. No pronunciamento, reconheceu que ele e os antecessores não tiveram visão para entender a dimensão dos problemas e pediu perdão por ter demorado a agir para corrigir a situação.
Apesar do pedido de desculpas, o presidente chileno disse que manterá o estado de emergência para conter os protestos. As Forças Armadas, acusadas de reprimir violentamente as manifestações, continuarão nas ruas para controlar a ordem pública e fazer valer os toques de recolher decretados em quase todas as regiões do país.
Além de mudanças no sistema previdenciário, a agenda social anunciada por Piñera prevê aumento de impostos para os mais ricos - uma forma de financiar as demais medidas do pacote - e a criação de uma defensoria para vítimas de crimes.
Piñera anunciou que exigiu a tramitação urgente no Congresso de um projeto que já havia sido enviado pelo governo para criar o Seguro de Doenças Catastróficas, uma forma de, segundo ele, "garantir um teto para a despesa de saúde das famílias".
O pacote inclui a redução dos altos salários da administração pública, o corte do número de parlamentares no Congresso e uma limitação das vezes em que eles poderão se reeleger.
O presidente também prometeu a criação de um mecanismo de estabilização das tarifas elétricas que permitirá revogar a recente alta de 9,2% e a criação de uma ajuda do governo para aqueles trabalham em jornada completa, mas recebem menos de 350 mil pesos chilenos (US$ 482).
Por fim, Piñera propôs um plano de US$ 350 milhões para recuperar áreas destruídas pelos atos de violência nos protestos no Chile. EFE
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