Mesa pede novos protestos para impedir Morales de consumar fraude eleitoral
La Paz, 24 out (EFE).- O principal candidato da oposição nas eleições gerais da Bolívia, Carlos Mesa, pediu nesta quinta-feira que seus simpatizantes mantenham os protestos iniciados há três dias para não permitir que o presidente do país, Evo Morales, vença o pleito de forma fraudulenta.
Presidente do país entre 2004 e 2005, Mesa disse que a Bolívia está diante de um "momento crucial" de sua história e denunciou, em vídeo divulgado nas redes sociais, o Movimento ao Socialismo (MAS), liderado por Morales, de ter "consumado a fraude".
Com 99,99% das urnas apuradas, Morales obteve 47,07% da preferência do eleitorado contra 36,51% de Mesa. Segundo a legislação boliviana, como a vantagem entre os dois é superior a dez pontos percentuais e o atual presidente superou 40% dos votos, ele estaria reeleito em primeiro turno.
"O número é irrelevante. A decisão é clara: o MAS não quer o segundo turno. E para isso maquinou uma alteração vergonhosa e grosseira do resultado. Não se desanimem. Se mantenham em ação", afirmou o candidado da Comunidade Cidadã.
"Todos já esperavam, sabíamos da teimosia do presidente", concluiu Mesa.
Os problemas no sistema preliminar de apuração dos votos, conhecido como TREP, levantam suspeitas sobre a transparência do processo desde o último domingo, o que fez parte da comunidade internacional pedir a realização de segundo turno no país.
Na segunda-feira, quando o TREP indicou vitória de Morales em primeiro turno, opositores iniciaram uma série de protestos. Alguns manifestantes atacaram as sedes do Tribunal Supremo Eleitoral em várias regiões do país e entraram em confronto com simpatizantes do MAS. Os protestos seguem na noite desta quinta-feira.
Nas últimas horas, Mesa recebeu o apoio da Organização de Estados Americanos (OEA), da União Europeia (UE) e dos governos de Brasil, Argentina, Colômbia e Estados Unidos. Morales, por outro lado, já disse aceitar que o processo eleitoral seja auditado pela missão de observação da OEA que acompanhou toda a votação no país. EFE
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