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Governo e separatistas firmam acordo para dividirem o poder no Iêmen

05/11/2019 17h30

Riad, 5 nov (EFE).- O governo internacionalmente reconhecido do Iêmen e os separatistas do sul do país firmaram nesta terça-feira em Riad, na Arábia Saudita, um acordo para a formação de um novo governo e a distribuição igualitária dos ministérios.

"Este acordo abre uma nova etapa nova de estabilidade, construção e desenvolvimento no Iêmen", afirmou o príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, em discurso antes da assinatura do pacto.

O acordo foi assinado por representantes do governo iemenita e do Conselho Transitório do Sul (STS) na presença de Salman e também do príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohamed bin Zayed al Nahyan, e do presidente iemenita internacionalmente reconhecido, Abdo Rabu Mansur Hadi.

Salman mostrou-se convicto de que o pacto vai "preparar o caminho para mais entendimentos" entre os iemenitas e para uma solução que ponha fim à crise no país. O príncipe saudita também voltou a mostrar apoio ao Iêmen, onde, desde 2015, Riad lidera uma coligação militar árabe para ajudar Hadi e que é contra os rebeldes houthis, que controlam grandes partes do norte e do oeste do país.

"Fizemos muito pelo Iêmen e por toda a região, demos apoio e ajuda ao povo iemenita e continuaremos com o objetivo de alcançar as aspirações do povo iemenita de recuperar seu país e chegar a uma solução política", disse Salman em seu discurso, o único da cerimônia de assinatura.

Os separatistas contam com o apoio dos Emirados Árabes Unidos (EAU), que, por sua vez, são parte fundamental da coalizão árabe, embora nas últimas semanas tenham começado a retirar suas tropas do sul do Iêmen.

Em agosto, os separatistas conseguiram obter o controle temporário de Áden, sede temporária do governo internacionalmente reconhecido, após um conflito com as tropas governamentais, o Hadi denunciou como "um golpe de Estado contra instituições estatais legítimas".

Em meio a confrontos e manifestações naquele mês, pelo menos 40 soldados do exército iemenita foram mortos durante bombardeios atribuídos aos Emirados Árabes no sul do país.

Áden tem sido a sede provisória do governo Hadi desde que ele foi expulso pelos rebeldes houthis da capital, Sana, após a eclosão, em 2014, do conflito entre as partes. EFE