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Acusado de esquartejar ex-aluna, historiador russo é preso preventivamente

Historiador russo Oleg Sokolov, acusado de ter matado uma aluna com quem mantinha um relacionamento - Olga Maltseva/AFP
Historiador russo Oleg Sokolov, acusado de ter matado uma aluna com quem mantinha um relacionamento Imagem: Olga Maltseva/AFP

11/11/2019 13h55

Um tribunal de São Petersburgo emitiu hoje uma ordem de prisão preventiva para o renomado historiador russo Oleg Sokolov, acusado de ter matado e esquartejado na última sexta-feira uma ex-aluna com quem mantinha um caso.

Sokolov, de 63 anos, é professor da Universidade Estatal de São Petersburgo e foi condecorado com a Ordem Nacional da Legião de Honra da França. Ele disse ter se arrependido profundamente do crime, mas, diante do juiz, culpou a vítima, Anastasia Yeschenko, 24 anos, pelo que aconteceu no apartamento que os dois dividiam.

"Nós nos amávamos muito. Ficamos juntos durante cinco nos", declarou o acusado, que disse tê-la apresentado aos amigos como namorada e que eles planejavam se casar, mas que com um passar do tempo ela mudou de comportamento.

"Esta garota me pareceu a pessoal ideal, maravilhosa, mas ela se tornou um monstro", acusou Sokolov, afirmando que Yeschenko tinha ciúmes das suas duas filhas.

Entre lágrimas, o historiador relatou que a vítima se tornou muito agressiva e alegou que durante a discussão em que o crime teria acontecido ambos perderam o controle.

"Não entendo como aconteceu. Isso nunca tinha acontecido comigo antes. Ela me atacou com uma faca. Lamento profundamente o que aconteceu e acredito que o pedido (para que ele seja detido) é justo. Estou profundamente chocado com o que aconteceu", disse ao juiz.

Yeschenko tinha se mudado para São Petersburgo de Krasnodar, no sul da Rússia, para estudar e em 2016 se formou com honras no Instituto Universitário Estatal de História. Ela era estudante de Sokolov e juntos escreveram dois livros sobre Napoleão Bonaparte.

O historiador foi preso após ter sido resgatado no sábado das águas do rio Moika, no centro da cidade, com uma mochila flutuando ao seu lado, dentro da qual estavam dois braços de uma mulher e uma arma. O plano do professor era jogar os restos mortais da parceira no rio por etapas e se matar vestido de Napoleão, uma figura histórica que ele estuda e admira.

Ao querer se livrar dos membros superiores da vítima, o historiador, aparentemente bêbado, perdeu o equilíbrio e caiu na água. Ele foi levado com sintomas de hipotermia para o hospital, onde confessou o crime. Depois disso, a Comissão de Inquérito abriu um processo criminal por homicídio.

Ao revistar a casa de Sokolov, a polícia encontrou uma serra ensanguentada, facas, um machado e a cabeça de uma mulher, além de uma espingarda e munição abundante.

Segundo a agência de notícias "Interfax", uma pessoa encontrou partes do corpo de uma mulher no rio Ekateringofka, ao qual teria chegado através da correnteza do rio Moika.

O crime causou comoção na Rússia, também porque havia sido divulgado pelo jornal "Gazeta.ru" que houve queixas anteriores sobre o tratamento questionável do professor a alguns alunos. O Kremlin descreveu o assassinato de Yeschenko como um "ato monstruoso de loucura".