CIDH expressa preocupação com crise política e direitos humanos na Bolívia
Quito, 11 nov (EFE).- A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) expressou nesta segunda-feira a "profunda preocupação" pela "grave escalada" da violência na Bolívia, inserida na crise política e social que resultou na renúncia do presidente, Evo Morales.
Em comunicado emitido de Quito, onde realiza audiências nesta semana, a CIDH ressaltou que a situação na Bolívia se agravou por novos atos de violência partidária, com saques, perseguição, incêndios de veículos e edifícios municipais.
A convulsão social no país já deixou pelo menos três mortos e mais de 400 feridos em confrontos entre apoiadores de Morales e os que temiam que o presidente se perpetuasse no poder.
A CIDH condenou todo ato de violência e cobrou do Estado a garantia do respeito aos direitos humanos de todas as pessoas, sem distinção alguma de ideologia, relevância política ou cargo.
"Muito especialmente, pedimos que seja respeitado o direito à vida, à integridade e à liberdade pessoal, assim como à liberdade de expressão", diz o comunicado.
O órgão ainda solicitou aos atores políticos e sociais que "cessem todo ato de violência por parte de organizações ou movimentos populares".
"A comissão recorda a obrigação do Estado de investigar e sancionar os responsáveis", acrescenta o texto.
Além desses pontos, a CIDH destacou a importância de se resolver a atual crise política e social com fidelidade à Constituição e por meios democráticos para garantir o pleno respeito ao estado de direito e aos direitos humanos de todas as pessoas.
A CIDH é um órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA) e visa observar e defender os direitos humanos na região, além de atuar como órgão executivo da OEA no assunto. EFE
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