Evo Morales critica EUA por reconhecer Áñez como presidente interina
Cidade do México, 13 nov (EFE) - O ex-presidente boliviano Evo Morales, que renunciou ao cargo no domingo passado, repudiou nesta quarta-feira o reconhecimento de Jeanine Áñez como presidente interina da Bolívia pelo governo dos Estados Unidos.
Mesmo sem quórum no Congresso, Áñez tomou posse como presidente interina da Bolívia na terça-feira, dois dias após a renúncia de Morales, que aceitou o asilo oferecido pelo governo do México.
"Condenamos a decisão de Donald Trump de reconhecer o governo autoproclamado pela direita. Depois de impor (Juan) Guaidó, ele agora proclama Áñez. O golpe de Estado que provoca a morte de meus irmãos bolivianos é uma conspiração política e econômica vinda dos EUA", escreveu Morales no Twitter.
Morales deixou a Bolívia na segunda-feira passada. A renúncia veio depois da pressão dos militares e de uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) que denunciou irregularidades nas eleições de 20 de outubro, na qual o agora ex-presidente havia sido reeleito para um quarto mandato seguido.
O governo de Trump reconheceu Áñez como interina na própria terça-feira, dia em que tomou posse.
"A presidente em exercício do Senado, Áñez, assumiu as funções de presidente interina da Bolívia", afirmou no Twitter o encarregado do Departamento de Estado dos EUA para a América Latina, Michael Kozak. "Esperamos trabalhar com ela e outras autoridades civis da Bolívia enquanto organizam eleições livres e justas o mais breve possível, de acordo com a Constituição".
Nesta quarta-feira, o governo americano argumentou que a proclamação de Áñez cumpre a Constituição na Bolívia e pediu o "restabelecimento da ordem" no país.
"Aplaudimos a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, por assumir este papel crucial em um momento de grande responsabilidade. Acreditamos que sua atuação cumpre a Constituição da Bolívia e que é importante restabelecer a ordem e manter a legítima liderança civil", comentou.
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