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Chile confirma que número de mortos em protestos chega a 22

14/11/2019 11h43

Santiago (Chile), 14 nov (EFE).- O governo do Chile informou nesta quinta-feira que o número de mortos durante quase quatro semanas de protestos no país chegou a 22 pessoas, seis delas estrangeiras.

O balanço apresentado hoje pelas autoridades, que registra os acontecimentos das últimas 24 horas, confirma que um corpo foi encontrado dentro de um supermercado que foi queimado no norte do país.

"A polícia relatou a morte de uma pessoa cujo corpo foi encontrado queimado dentro de um supermercado Líder, que foi queimado e saqueado na cidade de Arica (na fronteira com o Peru) durante a noite de 12 de novembro", disse o governo chileno em comunicado.

Com essa atualização, o número de mortes já ultrapassa 20 em menos de um mês. Cinco delas teriam ocorrido nas mãos de agentes estatais, policiais ou militares, segundo o Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH).

Quanto aos estrangeiros vitimados nos protestos, há três peruanos, dois colombianos e um equatoriano. Além dos mortos, segundo dados da organização de direitos humanos, que monitora protestos de rua, hospitais e delegacias de polícia, há agora 2.209 feridos.

Mais da metade dos ferimentos foram causados por tiros disparados por agentes estatais, sendo os mais graves os 209 casos de trauma ocular causados pelo impacto de balas de borracha ou de chumbo ou bombas de gás lacrimogêneo que atingem os rostos dos manifestantes.

Por outro lado, há 6.046 detentos até o momento, segundo o INDH, que verificou testemunhos de detenções ilegais, espancamentos, torturas e violações dos direitos humanos durante os protestos. Por essas razões, a agência entrou com 319 ações judiciais em favor de 472 vítimas, a maioria delas contra os carabineiros.

O aumento do preço do bilhete do metrô de Santiago foi a faísca que desencadeou uma explosão social sem precedentes desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A principal reivindicação dos manifestantes é acabar com a desigualdade de um modelo econômico neoliberal e garantir direitos fundamentais como a saúde, a aposentadoria e a educação. EFE