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Rússia reconhece Jeanine Áñez como presidente interina da Bolívia

14/11/2019 11h33

Moscou, 14 nov (EFE).- A Rússia reconheceu nesta quinta-feira a senadora Jeanine Áñez como presidente provisória da Bolívia, ainda que mantenha o posicionamento de que as ações que levaram à renúncia de Evo Morales equivaleram a um golpe de Estado.

"É claro que precisamente ela será considerada presidente da Bolívia no período, até que o novo presidente seja eleito", afirmou o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, em Brasília, segundo a agência de notícias pública "RIA Novosti".

Ao mesmo tempo, o diplomata admitiu as reservas de Moscou pela falta de quórum na votação do Parlamento boliviano, durante a aprovação da investidura de Áñez como chefe de governo interina.

Ainda na capital do Brasil, Ryabkov deixou claro que a Rússia considera que todos os eventos que precederam a queda de Morales, como "ações que, de fato, equivaleram a um golpe de Estado".

"A Rússia vai considerar a senhora Áñez como mandatária de Bolívia, mas até as eleições", disse, em entrevista coletiva concedida em Moscou, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zajarova.

A representante da Chancelaria, no entanto, negou que se trate de um reconhecimento de que o que aconteceu no país sul-americano tenha sido um processo legal.

Zajarova admitiu que existe preocupação na Rússia pela situação na Bolívia, porque, apesar da disposição do governo presidido por Morales de buscar soluções na base do diálogo, aconteceram fatos que seguiram o padrão de um golpe de Estado.

A porta-voz do ministério recomendou que os cidadãos russos que pretendem viajar em breve para o território boliviano, esperem a redução das tensões causadas pela crise política e social. EFE