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Operação na Turquia visa prender 174 acusados de tentar golpe de Estado

15/11/2019 08h23

Ancara, 15 nov (EFE).- A Polícia da Turquia iniciou nesta sexta-feira uma operação, ordenada pelo Ministério Público de Ancara, para prender 174 funcionários públicos, acusados de envolvimento com uma tentativa de golpe de Estado, ocorrida em julho de 2016, segundo informou o jornal local "Hürriyet".

As autoridades acreditam que os suspeitos tenham vínculos com o grupo do pregador islâmico Fethullah Gülen, que está exilado nos Estados Unidos e que é acusado pelo governo turco como o responsável pelo levante ocorrido há pouco mais de três anos.

De todos os alvos da operação, 121 são acusados de dar respostas em concursos públicos para que outros membros da irmandade consigam alcançar um lugar em órgãos, empresas e demais estruturas estatais.

Já outros 53 envolvidos são ex-oficiais das Forças Armadas, que foram suspensos das funções durante uma investigação prévia, por supostas ligações com o grupo de Gülen.

O ministro do Interior da Turquia, Süleyman Soylu, havia anunciado na última quarta-feira que as forças de segurança preparavam uma importante operação contra a rede do pregador islâmico.

A irmandade de Gülen é uma organização integrada, em geral, por intelectuais no topo da cadeia de liderança, e, ao longo dos anos, passou a ter adeptos em altos cargos públicos, na polícia, no Poder Judiciário, entre as forças militares, entre outros.

O grupo foi um fiel aliado do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que governa a Turquia desde 2002, até que travaram uma dura luta pelo poder em 2013.

Nos últimos três anos, mais de 130 mil funcionários públicos foram destituídos e 80 mil pessoas foram acusadas por vínculos com Gülen e estão presos preventivamente. EFE