Bachelet alerta sobre alto número de mortos e presos durante crise na Bolívia
Genebra, 16 nov (EFE).- A ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, expressou neste sábado preocupação com a escalada da violência na Bolívia, depois das mortes registradas ontem em Cochabamba.
"Temos informação que, pelo menos, 17 pessoas faleceram no contexto dos protestos, sendo que 14 foram apenas nos últimos seis dias", afirmou a ex-chefe de Estado, em comunicado emitido pelo escritório em que atua, em Genebra, na Suíça.
Bachelet destacou que as primeiras mortes na Bolívia, pelas informações obtidas, aconteceram em consequência de confrontos entre apoiadores e oposicionistas ao governo de Evo Morales, mas que as mais recentes "parecem vir" de um uso desproporcional da força de policiais e militares.
"Me preocupa que a situação da Bolívia possa sair do controle, se as autoridades não a conduzirem cuidadosamente", diz o texto, em que pediu respeito as normas internacionais de uso da força.
A alta comissária condenou as mortes e alertou que a situação parece estar caminhando para "um extremo perigoso", por entender que a violência está longe de acabar e pode até aumentar nos próximos dias.
"O país está dividido e as pessoas de diferentes setores do espectro político estão indignadas. Em uma situação como essa, as ações repressivas de parte das autoridades, simplesmente, aumentaram mais essa ira e podem colocar qualquer caminho de diálogo em perigo", avaliou a chilena.
Outro alerta de Bachelet é sobre os mais de 600 manifestantes presos desde 21 de outubro, o que classificou como número exagerado. A ex-presidente do país vizinho pediu uma atualização de números de detidos, feridos e mortos e que todas as situações sejam investigadas. EFE
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