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Morales é favorável à mediação da Espanha e União Europeia na Bolívia

17/11/2019 14h03

Cidade do México, 17 nov (EFE).- O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, disse neste domingo que é a favor de que o governo da Espanha e outros membros da União Europeia (UE) participem como mediadores, com o objetivo de acabar com a grave crise que vive seu país.

Em entrevista à Agência Efe, Morales afirmou que não tem contato com diplomatas espanhóis ou de outros países da Europa desde sua renúncia, no último dia 10, apesar de considerar positivo o envolvimento da Espanha ou de algumas nações da UE.

"Antes, sim, estivemos em contato com a embaixada da Espanha e inauguramos um instituto tecnológico no Salar de Uyuni", lembrou Morales, se referindo ao apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid) na criação de três institutos tecnológicos na Bolívia com uma verba de US$ 4,4 milhões, resultado de um programa de troca de dívidas.

"Como seria bom se a Espanha, ou (o ex-presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez) Zapatero, um especialista em mediação, Pepe Mujica, ou outros governos se juntassem à mediação para a pacificação", disse.

No entanto, o ex-mandatário boliviano, que está no México após aceitar o asilo oferecido pelo governo do país, criticou "alguns países da União Europeia que se posicionaram", referindo-se ao apoio do Reino Unido ao novo governo, de acordo com a decisão dos Estados Unidos.

"Não gostei, mas se você aceitar esta posição (de mediadores), será bem-vindo", acrescentou.

Evo Morales também elogiou a cooperação da Espanha e da União Europeia, pois estão fazendo isso sem pedir nada em troca "ao contrário da ajuda oferecida pelos EUA, que é sempre condicional", afirmou.

Desde as eleições realizadas no dia 20 de outubro, a Bolívia vive uma grave crise, com pelo menos 20 mortos e mais de 500 feridos nos confrontos entre apoiadores e opositores de Morales.

Há uma semana, Evo Morales anunciou a repetição das eleições presidenciais depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) revelou ter encontrado diversas irregularidades no pleito realizado no mês passado onde ele havia sido reeleito para um quarto mandato.

No entanto, pouco depois, por sugestões da polícia e das Forças Armadas, Morales renunciou à presidência depois de quase 14 anos no poder.

O governo do México anunciou que lhe foi oferecido asilo para proteger sua vida. EFE