Advogados ressaltam inocência de Ghosn e criticam sistema judiciário japonês
Tóquio, 19 nov (EFE).- Os advogados de defesa de Carlos Ghosn reiteraram nesta terça-feira (data local) a inocência do cliente e voltaram a criticar o que chamaram de "sistema de reféns da justiça" do Japão.
A declaração marca um ano desde que Ghosn foi detido no aeroporto internacional de Tóquio, no início de um processo que colocou o brasileiro atrás das grades. No momento, o empresário está em liberdade sob pagamento de fiança.
Ghosn, de 65 anos, que chegou a ser presidente da Nissan, da Renault e da Mitsubishi, está sendo processado por vários crimes financeiros e por trair a confiança da empresa. A expectativa é que o julgamento comece em abril do ano que vem.
A equipe jurídica que o defende afirmou nesta terça-feira que Ghosn segue determinado a provar a inocência e a "enfrentar firmemente as acusações".
Os advogados lembraram que o empresário está em prisão provisória há 129 dias e que as condições de fiança impostas foram "desumanas e irracionais" porque, entre outras limitações, proíbem o contado dele com a esposa.
Carole Ghosn pode estar vinculada às operações irregulares das quais o marido é acusado, através de uma empresa proprietária de um iate na qual ela figura como presidente, segundo disseram fontes da justiça à imprensa japonesa. A esposa, de nacionalidade americana e libanesa, nega os fatos, assim como recusa as acusações feitas contra o marido.
A equipe da defesa de Ghosn acusa a justiça de Tóquio de vazar informações à imprensa, de criar uma "imagem injusta" do empresário e de "esconder evidências" dos advogados do brasileiro.
"Ele está esperando a oportunidadede esclarecer as coisas e se reunir com a família", acrescenta a declaração.
Carlos Ghosn enfrenta quatro processos, dois por supostamente ocultar remunerações pactuadas com a Nissan e outros dois por suposto abuso agravado de confiança da empresa e por desviar fundos da Nissan para assuntos pessoais. EFE
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