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França e Rússia esperam que cúpula de Paris promova acordo de paz na Ucrânia

18/11/2019 14h41

Moscou, 18 nov (EFE).- Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da França, Emmanuel Macron, afirmaram nesta segunda-feira, durante conversa por telefone, que a cúpula do próximo dia 9 de dezembro, em Paris, entre Ucrânia e Alemanha, além dos dois países, deve realmente impulsionar a rápida implementação dos acordos de paz na região de Donbass.

"As duas partes enfatizaram que tal reunião deve realmente contribuir com para a realização dos Acordos de (paz de) Minsk", disse o Kremlin em comunicado.

Para isso, de acordo com os dois presidentes, Kiev precisa cumprir suas obrigações com relação ao aspecto político da solução do conflito no leste da Ucrânia, palco de uma guerra desde 2014.

"Estamos falando principalmente da entrada em vigor da lei sobre o status especial em Donbass", diz a nota oficial.

Esta condição está incluída na chamada "Fórmula Steinmeier", que prevê a convocação de eleições locais em Donbass e a concessão de autogoverno aos separatistas se o pleito for declarado democrático por observadores internacionais.

Além disso, Putin informou ao mandatário francês sobre a entrega hoje de três navios da Marinha ucraniana - as embarcações de artilharia "Berdyansk" e "Nikopol" e o rebocador "Yany Kapu" -, detidos há um ano pela guarda costeira russa no Mar Negro.

O presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, que teve o apoio do Ocidente em sua demanda pela devolução dos navios, já cumpriu sua promessa eleitoral de garantir a libertação de seus 24 tripulantes, que retornaram à Ucrânia após uma troca feita com a Rússia no mês de setembro.

Porém, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse hoje em entrevista coletiva que Moscou não impôs nenhuma condição prévia para a cúpula. Além disso, ele espera que França e Alemanha exerçam sua influência sobre a Ucrânia para que assuma não haver uma alternativa na aplicação do Acordo de Minsk.

O chanceler russo considerou importante essa influência diante dos "sinais" procedentes de Kiev, cujo presidente prometeu ao chegar ao poder que sua prioridade é acabar com a guerra em Donbass. EFE