Topo

Liga Árabe crê que decisão dos EUA acaba com legitimidade americana

19/11/2019 11h54

Cairo, 19 nov (EFE).- A Liga Árabe condenou veementemente nesta terça-feira a mudança de posição dos Estados Unidos em relação à situação dos territórios ocupados da Cisjordânia e afirmou que considerar que a situação não viola o direito internacional quebra o que resta de legitimidade a Washington nesse assunto.

Em declaração da Liga Árabe no Cairo, o secretário-geral, Ahmed Abulgueit, criticou o anúncio feito ontem pelo secretário de Estado americano, Mike Pompeo. Ontem, os EUA retiraram a objeção legal a assentamentos israelenses na Cisjordânia.

"Essa posição infeliz dos Estados Unidos é um desenvolvimento extremamente negativo e tira o que resta de legitimidade moral deles nesta questão. A mudança estimulará os colonos israelenses a cometerem mais violência e brutalidade contra os residentes palestinos", criticou Abulgueit em comunicado.

Além disso, ainda na visão da Liga Árabe, a postura dos americanos mina qualquer possibilidade de alcançar uma paz baseada no fim da ocupação num futuro próximo através do esforço dos próprios EUA.

O secretário-geral firmou que o direito internacional é formulado por toda a comunidade e não por um único país, por mais importante que seja, sublinhando que a ocupação israelense do território palestiniano é denunciada por todo o mundo. "Os colonatos permanecem legalmente nulos e sem efeito e uma vergonha para quem os pratica ou apoia do ponto de vista moral", disparou.

Pompeu anunciou em Washington uma posição que rompe com um ponto-chave da política dos EUA em relação a Israel nas últimas quatro décadas ao anunciar seu repúdio a uma opinião legal de 1978 na qual o Departamento de Estado rotulou os assentamentos como "incompatíveis com o direito internacional".

Desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca, as relações com a Palestina caíram para um mínimo quase inexistente devido à decisão de transferir a embaixada em Israel para Jerusalém.

Além dessa decisão, houve outras, como a revogação de vistos a funcionários do alto escalão palestino, a suspensão da ajuda à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) e a ajuda a instituições que trabalham com pessoas da região. EFE