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Israel vive bloqueio político no final do prazo para formar governo

20/11/2019 10h29

Jerusalém, 20 nov (EFE).- O ultradireitista Avigdor Lieberman descartou nesta quarta-feira a possibilidade de aderir a um gabinete minoritário, no momento em que a opção de um governo de unidade entre Benny Gantz e Benjamin Netanyahu chega a um impasse, horas antes do término do prazo para a formação de um governo em Israel.

"Dissemos que não ingressaríamos em uma coalizão apoiada direta ou indiretamente pela Lista Árabe Unida", afirmou Liberman, comentando sobre a opção onde Gantz lideraria em uma minoria.

O líder do Israel Nosso Lar havia dado a Gantz e Netanyahu um prazo até às 12h (hora local) para chegarem a um acordo mínimo na criação de um governo de unidade, ou anunciaria sua posição em relação a um governo de coalizão, que ele descartou hoje.

"No que me diz respeito, ambos são culpados", disse Liberman sobre a impossibilidade de um governo unitário e liberal avançar como solicitado por ele desde o início das negociações.

Gantz, que tem a ordem de criar o governo, e o primeiro-ministro israelense em exercício realizaram ontem uma reunião final, na qual não conseguiram conciliar posições e pela qual eles se responsabilizaram mutuamente pelo fracasso.

"Infelizmente, durante nossa reunião de ontem à noite, Benny Gantz se recusou a aceitar o plano do presidente de que eu, como primeiro-ministro, seria o primeiro em rotação para o cargo em um governo de unidade", disse Netanyahu hoje.

Por sua parte, Gantz acusou o atual presidente de já ter decidido ir as eleições: "Porque é isso que seus advogados estão dizendo a ele, e tudo o que ele está tentando fazer agora é transferir a responsabilidade", disse o líder centrista, lembrando à decisão que a Procuradoria-Geral da República tomará nos próximos dias para formalizar ou não a acusação de Netanyahu em três acusações de corrupção.

Segundo Liberman, as diferenças não são ideológicas, mas pessoais: "Um não aceita o plano do presidente e outro não renuncia a um governo messiânico e haredi", afirmou. EFE