Advogados de Cartes querem que investigação contra ele siga no Paraguai
Os advogados do ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes apresentaram hoje ao Ministério Público do país um documento em que se colocam à disposição das autoridades locais, no caso em que tem prisão preventiva decretada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro.
O mandatário entre 2013 e 2018 foi alvo da Operação Patrón, desdobramento da Lava Jato que apura esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o doleiro Dario Messer, a quem Cartes teria ajudado a fugir, segundo as investigações do MPF.
No documento enviado à procuradora-geral do Estado, Sanda Quiñónez, Cartes defende que, "em virtude do princípio da territorialidade", se investiguem e se julgue os fatos e condutas atribuídas a ele, dentro do próprio país e não no Brasil.
Os advogados do ex-presidente informaram a jornalistas que enviaram ao Ministério Público do Paraguai toda a documentação que as autoridades brasileiras têm em mãos.
No texto enviado à procuradora-geral, Cartes faz menção as acusações, mencionando que estão sendo atribuídas a ele "supostas condutas consistentes, por ter feito comunicação por meio do aplicativo Whatsapp, com o senhor Dario Messer".
O antigo chefe de governo ainda afirma que garantem que ele deu dinheiro ao doleiro "para seus gastos jurídicos", que é a versão da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
A defesa de Cartes garante que, na condição de senador, com direito a foro privilegiado, o Congresso paraguaio é que deveria submetê-lo a um processo.
De acordo com a Polícia Federal brasileira, as investigações identificaram US$ 20 milhões que teriam sido ocultados por Dario Messer, sendo US$ 17 milhões colocados em um banco nas Bahamas e o restante dividido entre doleiros, casas de câmbio, políticos e empresários do Paraguai.
Ainda segundo a PF, Cartes seria a pessoa de maior confiança de Messer no Paraguai e teria ajudado o doleiro a fugir de autoridades brasileiras e paraguaias.
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